Marcha da Maconha volta em Natal em defesa da redução de danos e descriminalização das drogas
Natal, RN 8 de mai 2024

Marcha da Maconha volta em Natal em defesa da redução de danos e descriminalização das drogas

8 de setembro de 2022
3min
Marcha da Maconha volta em Natal em defesa da redução de danos e descriminalização das drogas

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A Marcha da Maconha volta às ruas de Natal após dois anos sem atos, em decorrência da pandemia, reivindicando novamente a legalização das drogas, a redução de danos e contra o encarceramento da população preta. Com o tema “Descriminalizar é reduzir danos”, o protesto será realizado neste domingo (11), a partir das 12h, ao lado da faculdade Estácio de Sá, no bairro de Ponta Negra, Zona Sul, com distribuição de feijoada para o público. A saída para caminhada será às 16h20.

O evento é realizado anualmente na capital potiguar desde 2010. As exceções foram em 2020 e 2021, em virtude do isolamento social. Em sua última edição, o ato levou cerca de duas mil pessoas às ruas, de acordo com os organizadores. Neste ano, a homenageada será a professora Leilane Assunção. Falecida em 2019, Assunção era professora da UFRN — a primeira docente universitária transsexual do país — e uma conhecida ativista dos Direitos Humanos. Ela atuava principalmente em torno da pauta LGBT, dos animais, da luta ambiental e do movimento antiproibicionista. Segundo o evento, a homenagem será uma “forma de perpetuar seu legado e sua contribuição para o movimento”.

O movimento defende a reforma da atual Lei de Drogas que, segundo os ativistas, está relacionada ao racismo estrutural no Brasil e causa um estigma contra os usuários, especialmente a população negra.“A implementação eficaz e eficiente da tecnologia da redução de danos em nosso país é a chave para o desenvolvimento sustentável, pois trata-se de uma tecnologia que impacta todas as instâncias da sociedade e possibilita a diminuição das violências e confluências perversas que nosso país vivencia”, avisa a Marcha.

Para Anna Rodrigues, organizadora da Marcha e integrante da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (RENFA), o debate deve estar em torno da descriminalização de todas as drogas. “Esse processo pela descriminalização de todas as substâncias vai muito por uma ampliação do reconhecimento do ser usuário de drogas, porque todo mundo é usuário”, afirma. Segundo ela, o importante é “entender como é a política de cuidado, de prevenção para que ele [usuário] não se torne um usuário problemático”, defende.

“Atualmente no nosso país a gente gasta bilhões de reais com uma lógica que vai muito mais no campo da opressão e uma opressão militarizada, não na educação, na socioeducação. E isso acaba afastando as pessoas da realidade, de saber o quê e como aquela substância age em nossos organismos”. 

De acordo com Rodrigues, diversas pesquisas acadêmicas com outras substâncias apontam benefícios na saúde e buscam tratar a síndrome do estresse pós-traumático, depressão, melhorar a qualidade do sono, dentre outros problemas. “Quando a gente não dialoga sobre essas outras drogas, acaba limitando um campo da ciência que traz benefícios à população”, aponta.

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