Em meio à crise, Americanas fecha loja da Avenida Rio Branco, no centro de Natal
Natal, RN 16 de mai 2024

Em meio à crise, Americanas fecha loja da Avenida Rio Branco, no centro de Natal

20 de setembro de 2023
4min

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A unidade das Lojas Americanas que fica localizada na Avenida Rio Branco, no bairro da Cidade Alta, no centro histórico de Natal, fechou as portas. Por enquanto, não há maiores explicações sobre o que provocou o encerramento das atividades no local, no entanto, é importante lembrar que a empresa passa por uma crise desde o início do ano, quando foi descoberto um rombo de R$ 20 bilhões em seus balanços financeiros.“Toda empresa que fechar em um centro comercial, seja ela de pequeno ou grande porte, vai ser sentida por todos... clientes, comerciantes. Está sendo bastante relevante para nós da Cidade Alta. Ainda mais porque ainda estamos sofrendo com aquele bordão de o centro vai se acabar. No entanto, é preciso observar a crise na empresa Americanas, que acompanhamos desde o início do ano, com pedido de falência”, pondera Rodrigo Vasconcelos, presidente da Associação Viva o Centro de Natal.Além da unidade que ficava em frente ao Banco do Brasil, na Avenida Rio Branco, a empresa também possui outras unidades na mesma região que, por enquanto, continuam funcionando.“A Cidade Alta é o único bairro do Rio Grande do Norte que tinha três lojas americanas. Tínhamos essa que fechou, outra no início da Rio Branco e outra unidade na João Pessoa. Talvez, por estratégia eles chegaram à conclusão de fechar aquela unidade que funcionava como uma matriz, os caminhões descarregavam lá e distribuíam para outras unidades das Lojas Americanas de Natal. Eles podem ter mudado essa estratégia, mas vejo que não será o fim daquela rua, já que a Rio Branco passa por modificações e haja visto que há outras duas lojas. Talvez os próprios clientes tenham migrado pra essas outras lojas que são mais modernas”, avalia Rodrigo Vasconcelos.No início do ano, a dívida total das Americanas, que pediu recuperação judicial para evitar que credores entrassem na justiça, chegava a R$ 47,9 bilhões. Os bancos apontam o caso com fraude e tentam identificar os responsáveis pelo rombo, mirando no patrimônio pessoal dos principais acionistas e executivos da empresa através de medidas judiciais.De volta às ruas do centro da cidade, a preocupação dos demais lojistas é que o fechamento da unidade das Lojas Americanas não “contamine” o ânimo de quem planeja permanecer ou investir na região.[caption id="attachment_58282" align="alignnone" width="1600"] venida Rio Branco com loja C&A ao fundo I Foto: Mirella Lopes[/caption]O fato, é que outras grandes lojas que ficavam no centro da capital também fecharam suas portas recentemente, como a C&A e a Marisa, que também encerraram suas atividades em março de 2022 e maio de 2023, respectivamente.“Enquanto as Americanas e a C&A fecham, outras empresas estão abrindo. Temos que observar também a questão dos valores dos aluguéis que continuam absurdamente caros, ao contrário de outros centros comerciais, como o Alecrim. Isso precisa ser levado a sério pelos lojistas porque senão teremos cada vez mais lojas fechando porque o empreendedor não consegue pagar o aluguel. Os proprietários precisam se adequar à realidade do centro para não prejudicar o bairro por completo porque eles mesmos sairão prejudicados”, apela Rodrigo, que preside a Associação Viva o Centro de Natal.

Incentivos

Além do elevado valor dos aluguéis, os comerciantes do centro da capital também criticam a falta de incentivos fiscais para permanecer no local e para garantir a restauração dos imóveis.“Não recebemos nenhum incentivo dos governos. O Refis e programas do tipo não ajudam a quem já está endividado. Precisamos de políticas par que possamos permanecer na Cidade Alta, através de projetos de lei que garantam isenções de ISS, por exemplo, para empresas prestadoras de serviço que se instalarem. Também sugerimos isenção de IPTU para o proprietário que restaurar seu imóvel e colocar em funcionamento... isso precisa partir do poder público. É um conjunto de ações que precisam ser feitas, como segurança e limpeza das ruas”, sugere Rodrigo Vasconcelos.

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