Árvore do Amor é alvo de vandalismo e tem raízes cortadas no RN
A Árvore do Amor, como ficaram conhecidas as duas gameleiras entrelaçadas à beira mar, em Maxaranguape, litoral norte do Rio Grande do Norte, foi alvo de vandalismo e teve parte de suas raízes cortadas. A Prefeitura Municipal de Maxaranguape fez um Boletim de Ocorrência e acionou os órgãos ambientais competentes para salvar as árvores: o Idema (Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN) e o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
“É com tristeza e perplexidade, inconformismo e repúdio ao repentino e brutal crime ambiental sofrido pela "Árvore do Amor", registrados nesta madrugada no símbolo maior do município. Enquanto a administração municipal, parceiros e membros da população lutam pela recuperação ambiental e principalmente o desenvolvimento sustentável deste ponto turístico, outras pessoas fazem o oposto, infelizmente”, lamentou a prefeita de Maxaranguape, Professora Nira.
A praia de Maxaranguape fica distante 62 quilômetros de Natal. A agressão foi percebida nesta terça (27) por um comerciante da região conhecido como “guardião da árvore”, que tem um quiosque na região e costuma recepcionar os turistas que visitam o local.
“Queremos descobrir os responsáveis por esse ato cruel com a natureza. Foram cortes profundos com machado em duas árvores centenárias. Foi vandalismo mesmo, chegaram a cogitar se não teriam sido caçadores de aves - o que também é proibido - que às vezes cortam pedaços de raízes de gameleiras para pegar a cola que sai da árvore e montar armadilha para os pássaros, mas isso já foi descartado. Os cortes foram para separar as raízes”, relata Rafael Bail, Secretário de Meio Ambiente de Maxaranguape.
Raízes não foram afetadas
Por causa dos cortes, as raízes externas das árvores foram separadas, mas as raízes mais profundas continuam interligadas. A Prefeitura de Maxaranguape quer o auxílio dos técnicos florestais do Idema para aplicar as melhores técnicas de recuperação das árvores.
“Apesar da agressão, nós avaliamos as árvores não correm risco de morrer. As principais raízes estão soterradas, mas os cortes afetam... é como se ferissem nosso braço, demora para recuperar”, exemplifica Rafael Bail.
Os técnicos do Idema visitaram o local na manhã desta quarta (28) e verificaram os riscos provocados pelos cortes.
“Não vai matar a árvore, pois o sistema radicular está bem profundo, no entanto, os cortes expostos vão favorecer a entrada de patógenos que vão tornando a árvore mais frágil com o passar do tempo”, avalia a analista ambiental do Idema, Ronile Santos.
A lenda
A Árvore do Amor tem ligação com uma lenda local. Os moradores mais antigos contam que um casal de índios costumava se encontrar no local e que, depois que eles desapareceram, as duas árvores se uniram, simbolizando o entrelaçamento do amor eterno. Hoje em dia, dizem que o casal que se beija sob a sombra da Árvore do Amor terá uma relação feliz e duradoura. Na internet não é difícil encontrar quem, por via das dúvidas, prefira seguir a tradição.