Inspeção em obras da Redinha tem participação das quiosqueiras
Natal, RN 9 de mai 2024

Inspeção em obras da Redinha tem participação das quiosqueiras

21 de março de 2024
5min
Inspeção em obras da Redinha tem participação das quiosqueiras
Imagem: Leonara Oliveira/Mandato Daniel Valença.

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Uma inspeção judicial da obra do mercado da Redinha e dos espaços para a construção dos novos quiosques foi realizada nesta quarta-feira (20). A visita teve como objetivo verificar em que passo estão as obras do complexo turístico da Redinha, na Zona Norte de Natal, buscando entender melhor o território e ouvindo os trabalhadores envolvidos, para fazer os últimos ajustes na reconstrução dos quiosques e, assim, o projeto ser encaminhado.

Participaram da inspeção quiosqueiras, demais trabalhadores do local, o Centro de Referência em Direitos Humanos Marcos Dionísio (CRDHMD), o Coletivo Ginga com Tapioca, os mandatos do vereador Daniel Valença (PT) e da deputada federal Natália Bonavides (PT), a Justiça Federal e o Ministério Público Federal, sendo esses últimos representados pela presença da juíza Gisele Leite e do procurador Vitor Mariz.

Como explica Pedro Levi, advogado do CRDHMD, na visita foi reafirmado o local onde serão construídos os quiosques, com análises do ponto de vista ambiental e urbanístico. “Ficou acordado que está tudo tranquilo e o projeto apresentado pelo município poderá ser aplicado”, afirma, se referindo à recente sinalização da Prefeitura de Natal com a apresentação de um projeto de realocação dos quiosques. “A principal vitória de ontem foi a da reafirmação dessas construções, fazendo uma visita técnica no próprio território, com todas as partes juntas, incluindo as trabalhadoras, e sentindo o que é aquele território e suas demandas” , afirma o advogado.

Para Maria da Silva, liderança das quiosqueiras e mais conhecida na região da Redinha como Dona Neném, o dia de ontem foi de comemoração: “Foi muito especial para as permissionárias da nossa praia. O vereador Daniel Valença trouxe para nós a confirmação de que a Natália Bonavides vai conseguir recursos para a reconstrução dos nossos quiosques”, comemora a permissionária, se referindo à declaração da deputada a respeito da garantia de R$ 1,2 milhão para as obras, referente ao ano de 2025.

“Nós já estávamos perdendo as esperanças, mas graças a Deus temos anjos nas nossas vidas”, declara Dona Neném, se referindo aos mandatos, ao advogado Pedro Levi e também à juíza Gisele Leite e o procurador Vitor Mariz.

Agora, os próximos passos, como explica Pedro Levi, é acelerar o processo, junto ao Ministério das Cidades, para conseguir captar recursos com mandatos para as obras iniciarem já no segundo semestre de 2024. “De toda forma, tivemos, ontem, a sinalização positiva que até 2025 teremos o dinheiro e as obras iniciarão. Mas há uma articulação de tentar captar esses recursos antes disso”, ressaltou.

De acordo com Caroline Diogenes, arquiteta do mandato do vereador Daniel Valença que acompanha desde o início os desdobramentos dos quiosques da Redinha, as quiosqueiras e apoiadores irão analisar a proposta de reconstrução dos quiosques feita pela Prefeitura de Natal e a justiça vai encaminhar os resultados com demais solicitações que possam ser realizadas de volta para o município, que irá responder sobre a viabilidade técnica das alterações que podem vir a ser solicitadas.

Entenda o histórico de demolição dos quiosques da Redinha

No ano passado, a Prefeitura de Natal demoliu os tradicionais quiosques da praia da Redinha para urbanização da orla, sob alegação de que atrapalhariam o movimento das máquinas de construção do mercado da Redinha. No entanto, na época, lideranças e figuras envolvidas no caso defenderam que a remoção era, na verdade, uma atitude política. 

A arquiteta Caroline explica que as demolições também ocorreram por alegações da Prefeitura a respeito das questões sanitárias. “O Ministério Público pediu que o município adequasse os quiosques a uma melhor situação ambiental”, ressalta Caroline. “Mas o município nunca apresentou uma proposta, até que um dia o prefeito [Álvaro Dias] demonstrou não ter interesse nos quiosques, em função das obras no Mercado. A solução, para ele, foi a retirada”.

De acordo com Caroline, sempre esteve claro para o mandato do vereador Daniel Valença que "a intenção da prefeitura de elitizar a praia", se referindo à intenção de uma orla com a "estrutura supervalorizada por investimentos públicos vultuosos, no qual atrairiam restaurantes mais caros".

Como argumenta a arquiteta, com a demolição dos quiosques houve a modificação toda uma cadeia produtiva em um bairro de baixa renda: "A tendência seria a mudança do público que frequenta a localidade, descaracterizando o perfil popular da praia da Redinha", defende.

A partir de então, teve início uma série de lutas e audiências para definir os rumos da orla da praia da Redinha e a situação dos trabalhadores. Em junho do ano passado, foram demolidos os últimos quiosques do local. Agora, o processo é de reconstrução desses quiosques. 

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