Após ameaças, Brisa registra boletim de ocorrência e recebe apoio do PT nacional
Natal, RN 9 de mai 2024

Após ameaças, Brisa registra boletim de ocorrência e recebe apoio do PT nacional

3 de abril de 2024
4min
Após ameaças, Brisa registra boletim de ocorrência e recebe apoio do PT nacional
Brisa com a delegada Helena de Paula da DPGV | Foto: Reprodução/Brisa Bracchi

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Após ter sofrido novas ameaças de violência sexual na tarde desta última terça-feira (2), a vereadora de Natal, Brisa Brachhi (PT), registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia Especializada em Grupos Vulneráveis do Rio Grande do Norte. Em sua caixa de e-mail, Brisa  e as mulheres de seu mandato, receberam ameaças de estupro e outras violências sexuais. 

A parlamentar também notificou diversos órgãos como os Ministérios da Justiça, dos Direitos Humanos e das Mulheres, o Tribunal Regional Eleitoral, o Ministério Público Federal, a Ordem dos Advogados do Brasil e a Polícia Federal para cobrar a abertura de uma investigação, considerando o caráter interestadual dos ataques.

“Para nós, é imprescindível a ação contundente das autoridades responsáveis, considerando que o incentivo à participação das mulheres na política norteia diversas políticas públicas de garantia da equidade de gênero e os constantes ataques que nós, parlamentares mulheres, sofremos, vão na contramão deste esforço.”, defendeu a vereadora em nota a Agência Saiba Mais. 

Para a parlamentar, é inadmissível ter que conviver com esse tipo de ataque contra o exercício de seu mandato. “É inadmissível que tenhamos que conviver com este tipo de prática criminosa interrompendo o exercício do nosso trabalho. Nos recusamos a tratar ameaças, assédios e intimidações como realidade corriqueira. Ou o Estado leva a sério a violência política de gênero, ou nossa democracia estará em perigo. Afinal, as mulheres são ou não são bem-vindas na política?”, concluiu. 

Partido Nacional apoia vereadora e repudiou as ameaças sofridas 

O Partido Nacional dos Trabalhadores emitiu uma nota repudiando os ataques sofridos por Brisa e outras parlamentares de diversos estados do país. Além de Bracchi, as Deputada Andréia de Jesus (PT-MG), Vereadora Bia Caminha (PT-PA), Deputada Beatriz Cergueira (PT-MG), Vereadora Bella Gonçalves (PSOL-BH), Vereadora Claudia Guerra (PDT-MG), Vereadora Duda Hidalgo (PT-SP), Vereadora Iza Lourença (Psol-BH) e a Deputada Talita Cadeirante (PSD-SP) também foram alvos de ataques e ameaças. Segundo o partido do Presidente Lula: “Um crime envolvendo jovens eleitas por várias regiões do país nos apresenta a urgência e necessidade de federalização de crimes dessa natureza”, diz. 

“Toda nossa solidariedade! As medidas jurídicas cabíveis já foram tomadas. A violência política busca frear a atuação de parlamentares combativas e comprometidas com o nosso projeto de sociedade. Toda e qualquer ameaça contra a integridade de parlamentares é também uma ameaça contra a democracia.”, emitiu o partido em nota. 

Essa é a segunda ameaça que a parlamentar sofre em menos de um ano

Essa não é a primeira vez que a petista sofre ameaças de violência sexual. Em outubro de 2023, a vereadora, que é assumidamente bissexual, recebeu um e-mail com a ameaça de "estupro corretivo", termo que é utilizado por criminosos para se referir ao que eles definem como método de "cura lésbica".  Na mensagem, o autor se apresentava como pesquisador e alegava que o "estupro corretivo" seria uma "prática cientificamente comprovada" e se oferecia para ir até a casa da parlamentar “testar o experimento”. 

Assim como dessa segunda vez, outras parlamentares mulheres e LGBTQIAP+ sofreram ameaças de violência sexual. Na época, Brisa denunciou a situação e disse que tomaria providências a nível local e nacional. No entanto, até o momento, Brisa não tem retorno do andamento das denúncias e acredita que as medidas tomadas têm sido insuficientes, visto que meses depois a parlamentar voltou a sofrer ameaças. 

“Quanto à primeira ameaça que recebemos, não temos retorno sobre o andamento disso desde novembro do ano passado, quando formalmente notificamos o Ministério da Justiça. Nossa avaliação é que as medidas tomadas até aqui têm sido insuficientes, tanto que o caso se repetiu agora, poucos meses depois do primeiro.”, pontuou. 

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