Vereadora Brisa Bracchi volta a sofrer ameaças de violência sexual 
Natal, RN 9 de mai 2024

Vereadora Brisa Bracchi volta a sofrer ameaças de violência sexual 

2 de abril de 2024
4min
Vereadora Brisa Bracchi volta a sofrer ameaças de violência sexual 
Esse é o segundo caso de ameaça de violência sexual contra Brisa | Foto: Brunno Martins

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A vereadora de Natal, Brisa Bracchi (PT), voltou a sofrer ameaças de violência sexual através de seu mandato. Na tarde desta terça-feira (2), a parlamentar divulgou um vídeo denunciando novos ataques que ela e as mulheres de seu mandato voltaram a sofrer através de e-mails. Na caixa de mensagens eletrônica, Brisa sofreu ameaças de estupro e outras violências de gênero. 

Em suas redes sociais, a parlamentar denunciou que a  violência tem o objetivo de intimidar seu trabalho como parlamentar, assim como de outras colegas que, segundo a vereadora, também sofreram ameaças de gênero. “O meu exercício de atividade parlamentar foi mais uma vez interrompido por uma ameaça de violência sexual. Mais uma vez olham pros nossos corpos dentro da política como se fossem corpos que possam ser violentados. E não, eu não vou me acostumar a ser uma mulher a ser uma mulher na política e passar por esse tipo de situação”, disse. 

Ainda na mensagem, direcionada a ela e as mulheres do seu mandato, o criminoso afirmava que ia colocar suas partes íntimas dentro da boca das mulheres para praticar “garganta profunda”, que é o ato do homem enfiar o penis na garganta da mulher. Com alerta de gatilho, a vereadora não continuou a leitura do resto das mensagens. 

“A gravidade e reincidência dessas ameaças sempre impacta e mexe comigo, enquanto parlamentar e mulher, mas é preciso dizer que: não vamos tolerar, não vão nos calar e não irão nos paralisar! Nós seguiremos nossa luta para que nossas cidades, a política e o mundo sejam lugares livres de violências contra mulheres.”, escreveu em suas redes. 

A parlamentar acionou a justiça e acionou um BO na Delegacia Especializada em Grupos Vulneráveis do RN.

“Diante deste novo caso de ameaça, reunimos com a delegada da Delegacia Especializada em Grupos Vulneráveis daqui do estado, registramos BO e estamos notificando diversos órgãos: os Ministérios da Justiça, dos Direitos Humanos e das Mulheres, o Tribunal Regional Eleitoral, o Ministério Público Federal, a Ordem dos Advogados do Brasil e a Polícia Federal, cobrando a abertura de investigação, considerando o caráter interestadual dos ataques. Esta medida de acionamento da PF foi sinalizada como diligência pelo Ministério da Justiça quanto à primeira ameaça que recebemos, mas não temos retorno sobre o andamento disso desde novembro do ano passado, quando formalmente notificamos o Ministério da Justiça. Nossa avaliação é que as medidas tomadas até aqui têm sido insuficientes, tanto que o caso se repetiu agora, poucos meses depois do primeiro.”, disse em nota.

Confira o vídeo completo da denúncia: 

Essa é a segunda ameaça que a parlamentar sofre em menos de um ano

Essa não é a primeira vez que a petista sofre ameaças de violência sexual. Em outubro de 2023, a vereadora, que é assumidamente bissexual, recebeu um e-mail com a ameaça de "estupro corretivo", termo que é utilizado por criminosos para se referir ao que eles definem como método de "cura lésbica".  Na mensagem, o autor se apresentava como pesquisador e alegava que o "estupro corretivo" seria uma "prática cientificamente comprovada" e se oferecia para ir até a casa da parlamentar “testar o experimento”. 

Assim como dessa segunda vez, outras parlamentares mulheres e LGBTQIAP+ sofreram ameaças de violência sexual. Na época, Brisa denunciou a situação e disse que tomaria providências a nível local e nacional. 

Além da vereadora, outras sete parlamentares acionaram coletivamente o Ministério da Justiça, que decidiu federalizar o caso e levar o assunto para ser investigado pela Polícia Federal. No ano passado, além de Bracchi, a vereadora de Ribeirão Preto Duda Hidalgo (PT), a deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS), as deputadas estaduais Rosa Amorim (PT-PE) e Bella Gonçalves (PSOL-MG) e as vereadoras Mônica Benício (PSOL), do Rio de Janeiro, e Iza Lourença e Cida Falabella, do do PSOL em Belo Horizonte, também receberam ameaças de “estupro corretivo”. É importante destacar que todas as parlamentares são assumidamente LGBTQIAP+. 

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