Rumo à greve geral da Educação!
Natal, RN 3 de mai 2024

Rumo à greve geral da Educação!

20 de abril de 2024
5min
Rumo à greve geral da Educação!

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Estamos completando nessa semana 40 dias em greve dos servidores técnico administrativos das Universidades Federais. Nessa trajetória muitas categorias demonstraram apoio ao nosso movimento e à justa pauta de reivindicações.

Desta forma, hoje estamos caminhando forte rumo à Greve Geral da Educação, uma vez que os servidores e servidoras dos Institutos Federais (representados pelo SINASEF) aderiram à greve, assim como os Docentes da UFRN, que entram em greve no próximo dia 22 de abril, depois de uma votação muito expressiva, em que mais de 70% dos docentes participaram e desses 62% aprovaram o início da greve. É uma decisão histórica tendo em vista que a última greve dos docentes da UFRN se deu em meados de 2003, como consequência da reforma da previdência que foi maléfica aos servidores públicos. Junto à essas duas categorias, tivemos também a soma da mais importante das universidades que são os estudantes. Em assembleias puxadas primeiramente pelos bolsistas, que estavam insatisfeitos, principalmente por estarem sendo mandados realizar tarefas de servidores em greve, completamente fora de seu papel como bolsista. Porém essa foi uma insatisfação que se ampliou junto aos demais estudantes não bolsistas, culminando num indicativo de greve geral dos estudantes para a semana que vem.

Sei que muitas vezes falar da nossa realidade para quem não vive dentro dos muros da UFRN pode parecer chororô, mas não é!

Por exemplo, o Restaurante Universitário não suporta mais a quantidade de estudantes que necessitam dele para se alimentarem diariamente. Causando além da sobrecarga dos servidores que ali trabalham, a negativa de bolsas alimentação para muitos estudantes que não tem condições financeiras de se alimentarem em outros restaurantes. E acabam em situação de vulnerabilidade alimentar, muitas vezes comendo salgados e refrigerantes, para não ficarem com fome. Isso quando dá.

Outra situação é a falta de água potável aos estudantes, seja na residência universitária, ou mesmo nos setores de aula. Uma vez que a água da CAERN não é própria para consumo direto.

Nos últimos anos, as universidades tem sofrido muitos cortes no orçamento, e isso tem sempre colocado em risco as pessoas que mais necessitam, uma vez que as verbas do PNAES (Programa Nacional de Assistência Estudantil) são as mais atingidas pelos cortes, e são as responsáveis pela manutenção do estudante em situação de vulnerabilidade dentro da universidade.

Portanto, nessa última semana, tivemos muitas atividades de mobilização e de luta tanto nas ruas, como nos demais lugares que podemos atuar. Na segunda feira fizemos pressão ao Ministro da Educação Camilo Santana, até conseguirmos que uma comissão fosse conversar com ele. Após a equipe se segurança dele negar a nossa entrada no auditório, profissionais da educação, que tiverem o acesso negado à um evento aberto ao público e ainda mais sendo ele Ministro da Educação.
Já na terça feira, tivemos a audiência pública solicitada pela Deputada Federal Sâmia Bomfim, com o tema específico da greve da educação. Foi um momento importante de falarmos e também recebermos o apoio de muitos membros da bancada do governo federal.

Esperamos que o Presidente nos ouça e faça valer nosso direito de greve e mobilização. Logo ele que foi forjado pelas grandes greves do ABC Paulista na década de 70/80.

Não podemos aceitar do governo algo que não valorize os servidores e servidoras da educação superior desse país. Proposta de ZERO porcento de reajuste é triste, vergonhoso e sem condições. Pois dinheiro pra pagamento da dívida pública tem, pra banqueiros tem, pras emendas de bancada tem, pra aumento de outras categorias mais valorizadas tem, pra criar mais 100 IFs pelo Brasil tem… Então também tem dinheiro para INVESTIR na educação e os servidores e servidoras que fazem acontecer dentro das Universidades e Institutos Federais.

Com tudo isso, como diz uma de nossas palavras de ordem, A NOSSA LUTA UNIFICOU, É ESTUDANTE JUNTO COM TRABALHADOR!

E assim estamos construindo uma greve geral da educação com servidores técnicos, docentes e estudantes. Para mostrar ao governo federal e à população em geral que as Universidades precisam de mais investimentos. Já que nosso Presidente afirma que educação não é gasto, mas sim investimento, queremos ver esse discurso na prática.

Eu, particularmente, fiz o L exatamente para poder cobrar e exigir nas ruas e nos movimentos sociais, as melhorias que nosso país precisa, para se tornar um país sempre melhor, mais justo, com políticas sociais efetivas, mais rico e que preserve o meio ambiente.

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