Depois de 18 anos no mercado, editora Jovens Escribas chega ao fim por falta de recursos
Diante da falta de recursos financeiros, a editora Jovens Escribas encerrou suas atividades. O anúncio foi feito pelo escritor e um dos fundadores da editora, Carlos Fialho, em suas redes sociais. Com quase 18 anos de atividades, conectada a temas atuais e uma linguagem estética moderna, a editora teve papel importante na formação de novos leitores, principalmente em Natal, no Rio Grande do Norte, onde foi fundada.
Fialho explicou em seu twitter que as dívidas acumuladas com a editora já ultrapassam qualquer possibilidade de pagamento e que o rendimento já era insuficiente até para pagar as despesas fixas mensais.
“Durante muito tempo, agarrei-me a cada débil sinal de que as coisas poderiam dar certo, mas neste início de novembro, cheguei à dura conclusão de que já não há mais possibilidade de seguir. No entanto, é preciso ter discernimento para saber quando a persistência se transforma em teimosia. E a verdade é que perdi esse bonde há algum tempo”, lamenta Carlos Fialho.
A Jovens Escribas ainda conseguiu ganhar algum fôlego com editais de fomento à cultura, mas com programas interrompidos, os valores foram insuficientes para manter a editora ativa.
“O que vinha segurando as pontas era o programa governamental conhecido como cheque-livros, mas com a descontinuidade do mesmo em 2020, em função da pandemia, nos vimos em uma situação de completa falta de perspectiva. Em 2021, o programa poderia ter retornado, uma vez que tivemos uma edição da Feira de Livros e Quadrinhos de Natal (FLIQ), mas por razões que desconheço, isso não aconteceu”, criticou.
A Jovens Escribas tem em seu catálogo, autores como Clotilde Tavares, Nei Leandro de Castro, Diva Cunha, Pablo Capistrano e Constância Lima Duarte. No site da editora, é possível encontrar todas as publicações.
Fialho também diz que espera conseguir vender alguns títulos em feiras literárias no primeiro semestre de 2022 e que as últimas atividades com a editora serão conciliadas com um novo emprego, pelo qual ainda está à procura. Em uma postagem triste, não só para ele, mas como para todos nós leitores, Carlos Fialho lamenta que o projeto com a literatura tenha se tornado um fardo, já que foi o oposto disso que o atraiu para o mundo da leitura.
Além de escritor, Fialho também é publicitário e colunista na Agência Saiba Mais. Nós falamos com ele que, diante do momento delicado, pediu para conversar depois.