Depois de 18 anos no mercado, editora Jovens Escribas chega ao fim por falta de recursos
Natal, RN 13 de mai 2024

Depois de 18 anos no mercado, editora Jovens Escribas chega ao fim por falta de recursos

5 de novembro de 2021
Depois de 18 anos no mercado, editora Jovens Escribas chega ao fim por falta de recursos

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Diante da falta de recursos financeiros, a editora Jovens Escribas encerrou suas atividades. O anúncio foi feito pelo escritor e um dos fundadores da editora, Carlos Fialho, em suas redes sociais. Com quase 18 anos de atividades, conectada a temas atuais e uma linguagem estética moderna, a editora teve papel importante na formação de novos leitores, principalmente em Natal, no Rio Grande do Norte, onde foi fundada.

Fialho explicou em seu twitter que as dívidas acumuladas com a editora já ultrapassam qualquer possibilidade de pagamento e que o rendimento já era insuficiente até para pagar as despesas fixas mensais.

Carlos Fialho escreve às segundas-feiras na agência Saiba Mais
Carlos Fialho, fundador da editora Jovens Escribas

Durante muito tempo, agarrei-me a cada débil sinal de que as coisas poderiam dar certo, mas neste início de novembro, cheguei à dura conclusão de que já não há mais possibilidade de seguir. No entanto, é preciso ter discernimento para saber quando a persistência se transforma em teimosia. E a verdade é que perdi esse bonde há algum tempo”, lamenta Carlos Fialho.

A Jovens Escribas ainda conseguiu ganhar algum fôlego com editais de fomento à cultura, mas com programas interrompidos, os valores foram insuficientes para manter a editora ativa.

O que vinha segurando as pontas era o programa governamental conhecido como cheque-livros, mas com a descontinuidade do mesmo em 2020, em função da pandemia, nos vimos em uma situação de completa falta de perspectiva. Em 2021, o programa poderia ter retornado, uma vez que tivemos uma edição da Feira de Livros e Quadrinhos de Natal (FLIQ), mas por razões que desconheço, isso não aconteceu”, criticou.

A Jovens Escribas tem em seu catálogo, autores como Clotilde Tavares, Nei Leandro de Castro, Diva Cunha, Pablo Capistrano e Constância Lima Duarte. No site da editora, é possível encontrar todas as publicações.

Fialho também diz que espera conseguir vender alguns títulos em feiras literárias no primeiro semestre de 2022 e que as últimas atividades com a editora serão conciliadas com um novo emprego, pelo qual ainda está à procura. Em uma postagem triste, não só para ele, mas como para todos nós leitores, Carlos Fialho lamenta que o projeto com a literatura tenha se tornado um fardo, já que foi o oposto disso que o atraiu para o mundo da leitura.

Além de escritor, Fialho também é publicitário e colunista na Agência Saiba Mais. Nós falamos com ele que, diante do momento delicado, pediu para conversar depois.

https://twitter.com/cfialho/status/1456621277985259530
https://twitter.com/cfialho/status/1456624546338021380
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