Jornalista potiguar lança livro sobre comunicação digital e direitos de pessoas trans

As redes sociais dão maior visibilidade a pautas sociais e permitem que mais gente passe a refletir e praticar a cidadania. Foi essa a conclusão a que chegou o jornalista potiguar Allan Almeida, durante a pesquisa que resultou no livro “Elas existem - o uso da comunicação digital para a garantia de direitos de pessoas trans". A obra, lançada nesta quarta-feira (4) em formato físico e e-book gratuito fica disponível a partir das 21h, no site da Editora Fi.

A pesquisa foi realizada para o Trabalho de Conclusão de Curso de Allan, apresentada na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) em setembro de 2021, mas iniciada em 2020, a partir do caso de Jéssica Piovani, transgênero de Natal que viralizou na internet após um vídeo em que fala sobre estar vivendo em situação de rua na Praça da Sé, em São Paulo.

Ela denuncia que teve uma irmã assassinada a pedradas no Rio Grande do Norte, Luana, e que teme pela própria vida. Em depressão, pede ajuda para sair da rua, em meio à pandemia.

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“Estava estudando na graduação sobre cidadania insurgente e comunicação pós-massiva (comunicação digital, em linguagem mais popular). então, percebi que o que estava na teoria estava acontecendo na prática no caso da Jéssica - uma pessoa marginalizada, tendo seu direito à cidade ameaçado, insurgindo-se por direitos através de um vídeo no Instagram”, lembra o autor.

O primeiro perfil a publicar a história foi @existimos. Daí o título do livro de Allan, que foi motivado pela questão que guiou a pesquisa: “como repercute, entre usuários da rede, o uso que as pessoas trans fazem do Instagram, ferramenta de comunicação com função pós-massiva, como forma de insurgência por direitos como membro-habitante da urbe?”.

O prefácio foi escrito pela jornalista e professora do Departamento de Comunicação Social da UFRN, Mônica Mourão. Para ela, o livro traz um olhar de reconhecimento da humanidade de pessoas e grupos discriminados, enquanto mostra a “relação fundamental entre comunicação e direitos humanos”.

Sobre Allan Almeida

Nascido em Natal/RN, Allan Almeida é jornalista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), cursando especialização em Assessoria e Gestão da Comunicação pela Universidade Anhembi Morumbi (UAM-SP).

Atuou como repórter na Agência Saiba Mais; foi produtor e mediador do podcast e programa de rádio sobre Direitos Humanos “Pra frente é que se anda”, transmitido nas rádios das Universidades Federais do Ceará (UFC) e do Rio de Janeiro (UFRJ). É assessor de imprensa no Centro Universitário do Rio Grande do Norte (UNI-RN).

Conta que há muito tempo participa de movimentos em prol dos direitos humanos: “Eu sou gay e, por causa disso, sempre estive à frente de movimentos sobre direitos humanos. Nesse caso, por não ter lugar de fala, escolhi algumas autoras trans/travestis para usar como referencial teórico”.