À caça do voto feminino, Michelle Bolsonaro vem a Natal dizer que mulher é “ajudadora” de homem
Natal, RN 26 de abr 2024

À caça do voto feminino, Michelle Bolsonaro vem a Natal dizer que mulher é “ajudadora” de homem

15 de setembro de 2022
3min
À caça do voto feminino, Michelle Bolsonaro vem a Natal dizer que mulher é “ajudadora” de homem

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Diante da rejeição do presidente Jair Bolsonaro (PL) junto ao público feminino em plena campanha eleitoral, Michelle Bolsonaro veio à Natal nesta quarta (14) dizer, durante um dos comícios de seu marido, que a mulher deve ser “ajudadora” do homem, na tentativa de conseguir a simpatia e os votos do público feminino.

Talvez a 1ª dama do país e esposa do presidente da República não saiba que no estado onde mais de mil mulheres (1.050) foram mortas pelo simples fato de serem mulheres (feminicídio), segundo levantamento realizado pela Rede de Pesquisa OBVIO (Observatório da Violência) da UFRN e divulgado em 2021, incentivar a subserviência feminina só ajuda o homem a exercer seu machismo sem maiores questionamentos.

Segundo o estudo, é como se a cada três dias, uma mulher tivesse sido morta no Rio Grande do Norte. O mesmo estudo também revelou que oito em cada 10 dessas mulheres vítimas de feminicídio eram negras.

O Mapa da Violência de 2021, calculado com dados analisados de 2009 a 2019, mostrou que o RN era o segundo estado do Brasil onde a violência contra a mulher mais tinha crescido.

Esse índice começou a ser reduzido no primeiro semestre do ano passado, quando foram registrados 11 feminicídios. No primeiro semestre de 2022, a média se manteve com a notificação de 12 feminicídios em todo o RN.

Durante o comício em Natal, a primeira-dama ainda disse que o marido era mais “técnico”, enquanto ela era mais “espiritual”. Mais uma vez, Michelle reforça o estereótipo do homem racional versus a mulher emocional, movida pelos sentimentos em detrimento da racionalidade.

"Aqui tem um homem talvez um pouco mais técnico, mas aqui tem uma mulher espiritual. Eu acho que se completa, né?"

Na pesquisa Datafolha publicada na última sexta (9),52% das mulheres rejeitam voto em Bolsonaro que, durante sua carreira política e mesmo no período à frente da presidência, fez várias ofensas e demonstrações de violência contra o público feminino. No 1º debate realizado pela Band na televisão, Bolsonaro atacou a jornalista Vera Magalhães ao ser questionado sobre a cobertura vacinal no Brasil e o desincentivo à vacinação durante a pandemia da covid-19.

Já em um outro momento, durante um evento da Independência do Brasil, o presidente puxou um canto sobre sua virilidade. Ele também já condenado por danos morais por ofender a jornalista Patrícia Campos Mello e, ainda em 2014, chegou a dizer que a deputada Maria do Rosário (PT-RS) não merecia ser estuprada porque ela era feia.

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