Assembleia Legislativa do RN terá a maior bancada feminina de sua história, com cinco deputadas, em 2023
Natal, RN 9 de mai 2024

Assembleia Legislativa do RN terá a maior bancada feminina de sua história, com cinco deputadas, em 2023

11 de outubro de 2022
7min
Assembleia Legislativa do RN terá a maior bancada feminina de sua história, com cinco deputadas, em 2023

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Nestas eleições, o Rio Grande do Norte ampliou a representação de mulheres na Assembleia Legislativa, elegendo cinco deputadas - a maior bancada feminina da história do parlamento estadual. Foram reeleitas as três deputadas estaduais da atual legislatura – Cristiane Dantas (SSD), Eudiane Macedo (PV) e Isolda Dantas (PT), além das novatas Divaneide Basílio (PT) e Terezinha Maia (PL).

Serão cinco entre 24 parlamentares. E, de acordo com o chefe da divisão do Memorial, da Cultura e do Legislativo Potiguar, Aluísio Lacerda, até a legislatura atual foram 16 entre 731 que compuseram a Assembleia, o equivalente a 2,18%, em 187 anos de história, desde a sua fundação, em 1835.

“O crescimento de mulheres em todas as assembleias do Brasil, nestas eleições, foi de 16%. A representação ainda é pequena diante de tamanha luta. Mesmo assim é justa a comemoração, é justo celebrar. Sem luta não há seguidores do modelo, do exemplo”, avaliou Aluísio, acrescentando que as deputadas são atuantes e presentes em todos os movimentos da casa legislativa, desde a primeira deputada estadual.

Conheça as deputadas da legislatura 2023-2026:

Cristiane Dantas (SDD)

Reeleita para exercer o terceiro mandato como deputada estadual, Cristiane é bacharel em Direito e em Processamento de Dados. É casada com o ex-vice-governador Fábio Dantas (SDD) - 2015-2018 na gestão de Robinson Faria (PL).

É autora da lei N° 10.722/2020, que autoriza o Poder Executivo a instituir o projeto “Casa Abrigo” para acolhimento das vítimas de violência doméstica, com atendimento regional em Natal. A medida é prevista na Lei Maria da Penha.

Foto: Eduardo Maia

Divaneide Basílio (PT)

Primeira deputada estadual a se autodeclarar preta do RN, Divaneide Basílio foi vereadora de Natal de 2019 a 2022. É filha de trabalhadores rurais e doutora em Ciências Sociais pela UFRN. Entrou na política por meio da Pastoral de Juventude do Meio Popular (PJMP) e da Rede de Jovens do Nordeste.

Entre as ações desenvolvidas na Câmara Municipal da capital potiguar, lançou um pacote de propostas para combate à violência de gênero; aprovou o TransCidadania, iniciativa que promove emprego e renda a pessoas trans e travestis; e lei que institui política de atenção a refugiados, apátridas e migrantes.

Eudiane Macedo (PV)

Da Zona Norte de Natal e com perfil popular, Eudiane chega ao segundo mandato de deputada. Foi vereadora de Natal por duas vezes, de 2013 a 2018.

É autora da lei nº 10.775/2020, que cria o Programa Estadual de Atendimento à Mulher Desempregada no Rio Grande do Norte. a iniciativa visa preencher uma lacuna ao ofertar às mulheres do RN, a oportunidade de ingressarem em um projeto de apoio, onde serão orientadas, qualificadas e terão a reinserção no mercado de trabalho, através de parcerias com órgãos de classes como Sesi, Sesc e Senai.

Foto: João Gilberto

Isolda Dantas (PT)

Feminista e militante dos movimentos sociais, Isolda exercerá o segundo mandato na Casa. É cientista social com pós-graduação em Gestão Pública pela UnB. Foi secretária de Cultura de Mossoró e, em 2017, eleita a melhor e mais produtiva vereadora da cidade. Em 2021, foi também a mais produtiva na ALRN. Ao todo foram 726, sendo 66 projetos de lei e 601 requerimentos, cerca de 20% de toda a produção da Assembleia.

Atua com foco na defesa dos direitos da classe trabalhadora, a luta das mulheres, LGBTs, negros e negras, cultura, direito à cidade, educação, agroecologia e economia solidária. Algumas leis de sua autoria são o programa de assistência estudantil que garante auxílio financeiro para pessoas de baixa renda e a cota de 20% para negros, negras, indígenas e quilombolas em todos os concursos públicos do estado.

Foto: João Gilberto

Terezinha Maia (PL)

Viúva do ex-prefeito de São Gonçalo do Amarante, Paulinho Emídio, Terezinha Maia teve 29.440 votos para estrear na ALRN. Já havia se candidatado em 2018 pelo PR. É natural do município de São Fernando, onde foi vice-prefeita (2013-2016) do prefeito Genildo também Maia.

Foto: Reprodução redes sociais

Nº 1

Maria do Céu Pereira Fernandes é mais uma das potiguares pioneiras na política. Em 1934, foi a primeira deputada estadual eleita pelo voto popular no Brasil. Ligada ao Partido Popular, oposição a Getúlio Vargas, e natural de Currais Novos, compôs a 16ª legislatura.

Maria do Céu era irmã do ex-governador Cortez Pereira e mais tarde se casou com o empresário e político Aristófanes Fernandes, com que teve o filho quem teve dois filhos, um deles é Paulo de Tarso, que também chegou à Assembleia. “Ela era uma mulher além do tempo, escrevia artigos para jornais feito mulheres”, acrescentou Aluísio.

De acordo com o artigo “Mulher e imprensa: as práticas jornalísticas de Maria do Céu Pereira Fernandes (década de 1930)”, escrito pela educadora Isabel Cristine Machado de Carvalho, a prática se dava no jornal curraisnovense O Galvanópolis (1931-1932), dirigido e criado por ela, seu pai, o comerciante Vivaldo Pereira, e Tristão de Barrosa.

“Identificamos sua preocupação em discutir categorias como: religiosidade, patriotismo, civismo, moral, condição da mulher, progresso e cultura letrada”, descreve o artigo.

Mais parlamentares

Em 1947, durante Constituinte Estadual, chegou Lindalva Torquato, deputada que chegou a ser também a primeira presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte.

Na sequência, veio Mônica Nóbrega (1967), que é do município de Acari e chegou a ser prefeita de Macaíba. Ainda de acordo com o setor de memória da Assembleia, entre 70 e 78 não apareceu nenhuma mulher no parlamento estadual. Ana Maria Cavalcanti, representante do município de Santa Cruz, assumiu a primeira suplência e foi constituinte em 1989.

Fátima Bezerra, Ivonete Dantas e Nirinha Fernandes se elegeram em 1994. O ano de 1998 tinha o maior número de mulheres para uma legislatura, com quatro: Sandra Rosado, Ruth Ciarlini, Márcia Maia e novamente Fátima, agora governadora reeleita e única mulher a ser escolhida no país para o mais alto cargo do Executivo Estadual em 2018.

Gesanne Marinho foi eleita em 2002. Larissa Rosado e Micarla de Sousa se elegeram em 2006, com retorno de Márcia Maia, que também teve êxito em 2014, quando Cristiane Dantas foi eleita pela primeira vez. Ela repetiu o feito em 2018, ano em que estrearam Eudiane Macedo e Isolda Dantas.

Legislatura 2019-2022:

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