O ex-governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PL), está entre os deputados que vão estrear na Câmara dos Deputados, em Brasília, e já vão chegar com investigação nas costas. No caso do pai do ministro das Comunicações de Bolsonaro, as acusações estão relacionadas ao crime de peculato, mais especificamente, a desvios de dinheiro público.
A mesma acusação recai sobre outro ex-governador que também virou deputado, Beto Richa (PSDB), que vai representar o Paraná. Ao todo, cerca de 40% dos parlamentares que vão estrear na Câmara foram alvo de algum tipo de ação ou investigação da Justiça, segundo levantamento realizado pelo jornal Folha de São Paulo.
Robinson Faria é processado por peculato pela suposta participação em um esquema de corrupção que resultou num rombo de R$ 3,7 milhões na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte entre os anos de 2008 e 2010, período em que foi presidente da Casa.
O ex-governador foi denunciado pelo Ministério Público do RN, com mais dez pessoas, pela suspeita de participação no esquema que utilizava funcionários fantasmas para desviar recursos públicos. Os servidores emprestavam o nome, não trabalhavam, ficavam apenas com uma parte do salário e devolviam a maior parte do dinheiro aos integrantes do esquema, de acordo com a denúncia.
Além disso, outro ponto no “currículo” de Robinson Faria é o fato de, quando governador do RN (2015-2018), ter deixado quatro folhas de pagamento do funcionalismo público em aberto, num total de R$ 1 bilhão em dívidas, que só foram quitadas pela atual governadora reeleita Fátima Bezerra (PT).
Dívida com músicos baianos
O ex-governador Robinson Faria tem uma dívida acumulada de mais de R$ 9 milhões com os músicos e compositores baianos Carlos Pitta e José Edmundo da Silva Almeida, popularmente conhecido como “Edmundo Caroso”, pela violação do direito autoral da música “Cometa Mambembe”, composta pela dupla.
Além de não ter pago pela utilização da música, o ex-governador alterou a letra original para adaptá-la a um jingle de campanha durante as eleições de 2014, na qual concorreu para governador.
Faria vem sendo cobrado pela dívida na justiça da Bahia desde 2018. Apesar dos bens declarados do ex-governador nas eleições deste ano somarem mais de seis milhões de reais (R$6.770.684,03), a Justiça não encontrou dinheiro nas contas de Robinson para quitar a dívida com os músicos.