Pastoral de Mãe Luíza: “A miséria de nossas periferias é o espelho de uma ação do poder público que não poder ser casual”, alerta médico
Natal, RN 9 de mai 2024

Pastoral de Mãe Luíza: “A miséria de nossas periferias é o espelho de uma ação do poder público que não poder ser casual”, alerta médico

3 de maio de 2023
3min
Pastoral de Mãe Luíza: “A miséria de nossas periferias é o espelho de uma ação do poder público que não poder ser casual”, alerta médico

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No Balbúrdia desta quarta (03) a conversa foi sobre as ações do Centro Sócio-Pastoral do bairro de Mãe Luíza ao longo de seus 40 anos de existência. Um movimento por mais cidadania que começou com a atuação do padre italiano Sabino Gentille, lembrado até hoje pelos moradores do bairro.

A Pastoral foi responsável por ações de educação de jovens e adultos; mortalidade infantil; urbanizou a última favela do bairro, a Favela do Sopapo, que ficava em frente ao farol; além de ter realizado o acolhimento de idosos, com o a proposta de dotar o bairro de melhores condições de cidadania.

No início o Centro estava muito ligado às lutas de sobrevivência da comunidade. Havia uma quantidade imensa de adultos que não sabiam ler, más condições de moradia, assentamentos muito precários, como a favela do Supapo, mortalidade infantil lata, coleta de lixo precária, proliferação de ratos no bairro. Enquanto pediatra, não passava uma semana sem receber alguma criança que tivesse sido atacada por uma ratazana em casa. Eram condições de vida muito precárias, muita gente sem água encanada, eletricidade”, relata Ion de Andrade, vice-presidente do Centro Sócio-Pastoral de Mãe Luiza.

Ion de Andrade, que também é médico, aponta que as iniciativas realizadas no bairro foram necessárias para garantir um mínimo de cidadania, o que, na verdade, era obrigação do poder público, que foi e continua sendo omisso.

O Centro só teve que se mobilizar junto à comunidade para resolver esses problemas porque Mãe Luíza, assim como todas as periferias do Brasil, viviam e vivem um abandono silencioso por parte do poder público, porque nenhuma dessas iniciativas que nós tomamos poderia ser complicada demais ou cara demais, senão nós não teríamos condições de fazer, para que o poder público não tivesse assumido o que era obrigação sua”.

O vice-presidente do Centro Sócio-Pastoral de Mãe Luiza também alerta para a repetição de práticas que distanciam o poder público das periferias, mesmo durante governos progressistas.

A miséria de nossas periferias é o espelho de uma ação do poder público que não poder ser casual. O que temos a lamentar é que essa é uma armadilha da maneira como a sociedade brasileira se reproduz e que não é percebida sequer pelos setores progressistas que vem a repetir o mesmo padrão de relação Estado/sociedade que os governos conservadores”, aponta.

Confira a íntegra da entrevista:

(6) As transformações sociais do bairro de Mãe Luiza - YouTube

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