Muitos pesquisadores, analistas políticos, cineastas e interessados no tema apontam as manifestações de junho de 2013 como o pontapé inicial para o golpe do impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 31 de agosto de 2016.

Apesar de reeleita em 2014 com 51,64% dos votos (54.501.118), em um apertado segundo turno contra Aécio Neves (PSDB), que obteve 48,36% (51.041.155) dos votos válidos, Dilma Rousseff teve seu mandato contestado desde o primeiro momento, quando seu adversário, inconformado com a derrota, entrou com um pedido de auditoria das urnas junto ao Tribunal Superior Eleitoral.

Entender como uma manifestação que começou por causa de um aumento de 20 centavos no valor da passagem do transporte público resultou na destituição da primeira mulher a presidir o Brasil é um exercício que, ainda hoje, exige a capacidade de conjugar a simultaneidade de fatores que, à época, podem ter passado despercebidos, como a Pec das Domésticas, que deixou parte classe média irritada; a descoberta do pré-sal e a interferência de interesses estrangeiros; as investidas do governo federal contra as abusivas taxas de juros dos bancos; as políticas de acesso ao ensino das universidades públicas; as políticas sociais de redistribuição de renda; os aeroportos “lotados como rodoviárias”; além do ativismo midiático e judiciário.

Como parte desse esforço, o jornalista e fundador do site Opera Mundi, Breno Altman, vem a Natal para participar de um debate sobre a situação do Brasil na atual conjuntura nacional e internacional. A iniciativa é do vereador Daniel Valença e da deputada federal Natália Bonavides, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT).

Durante o evento, que será realizado nesta quarta (19), na Cervejaria Resistência, no bairro de Ponta Negra, Altman também fará o lançamento do livro "Junho De 2013: A Rebelião Fantasma". Mais do que compreender o passado, o livro é, também, uma forma de análise do presente. Afinal, alcançar uma democracia plena exige leitura permanente e luta constante.

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