Casa da Ribeira sofre novo arrombamento e corre risco de fechar

Era perto das 16h da tarde deste domingo (7) quando a empresa de monitoramento da Casa da Ribeira, na Zona Leste de Natal, detectou mais uma tentativa de furto no teto do edifício, onde ficam instalados os aparelhos de ar-condicionado.

Apesar do flagrante e chegada rápida da polícia, o suspeito ainda conseguiu danificar vários equipamentos, cortar a fiação da cerca elétrica, cabo de força e canos de passagem do gás dos condicionadores de ar, que já haviam sido comprados ou consertados por causa de um outro furto registrado em setembro do ano passado, quando a direção da Casa teve um prejuízo de R$ 40 mil.

“Não sabemos nem de quanto é o prejuízo dessa vez porque a empresa dos equipamentos ainda está fazendo o levantamento, mas o que fica é um sentimento de revolta, de abandono, indignação. Não temos apoio, mantenedor nem patrocínio. O diretor da Casa, Henrique Fontes, avalia até fechar o espaço porque é muito caro manter tudo isso. Em março completamos 23 anos com uma contribuição gigante para a cultura do Rio Grande do Norte, foram mais de 23 editais abertos ao público nas áreas do teatro, artes visuais, música, dança, circo, além de performance”, desabafa Jeane Ataíde, Gerente Institucional da Casa da Ribeira.

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Ladrões furtam fios e equipamentos da Casa da Ribeira e deixam prejuízo de mais de R$ 20 mil

O suspeito, desta vez, foi pego em flagrante, mas a estimativa é que ele seja solto em breve, após audiência de custódia.

“Como colocamos uma câmera na parte de cima do telhado por causa do último furto, pudemos acompanhar tudo pelo telefone, ele cortar os fios, até notar que havia uma câmera, por volta das 15h45, quando perdemos as imagens porque ele também cortou o cabo da câmera. A polícia chegou rápido, às 16h10, mas não conseguimos evitar todo o estrago que ele causou. A equipe de vigilância avisou a gente e a polícia e quero destacar aqui o trabalho do Capitão Gledson, que acionou as equipes que chegaram muito rápido, com três viaturas. Eu já fui acionando quem morava perto para se dirigir pra lá [Casa da Ribeira] porque precisava abrir a Casa para garantir o acesso da polícia à parte superior. A PM fez a parte dela, mas vai ter audiência de custódia e o suspeito já deve ser solto. Quando alguém rouba R$ 40 mil de um banco não é solto logo em seguida, como nesses casos, onde há um rastro de destruição, mas a pessoa é solta para fazer de novo. São viciados que pegam os fios de cobre para vender ninguém sabe onde, achamos até uma bolsa dele com um cachimbo de crack”, lamenta Jeane.

A direção da Casa da Ribeira ainda conta que está com obras por fazer que vêm sendo substituídas por paliativos, devido à falta de recursos, situação agravada, também, pela falta de perspectiva de desenvolvimento para o bairro.

“Precisamos fazer a troca de piso do palco que é caríssimo, mas vamos fazendo paliativos porque não conseguimos recursos. Não há um olhar de mantenedores, empresas, gestores públicos. No último furto buscamos apoios, mas só conseguimos financiamentos muito curtos de um parlamentar e uma empresa, que comprou uma condensadora de ar e pagou o serviço de instalação, o restante foi custeado nos cartões dos funcionários, dos diretores. Ficamos sem fundos, sem reservas. É difícil só sobreviver. Se não houver mudança para a Ribeira, não teremos condições de continuar e, como muitos já fizeram, também vamos fechar”, alerta a Gerente Institucional da Casa da Ribeira.

A Agência Saiba Mais entrou em contato com a Polícia Civil para saber sobre a prisão do suspeito da tentativa de furto na Casa da Ribeira e, segundo a assessoria de imprensa do órgão, as audiências de custódia estão programadas para começar às 14h30 deste segunda.