Estudantes em Parnamirim têm aula em pátio por causa do calor
Diante de um calor insuportável e sem ventilador ou ar-condicionado nas salas de aula, os professores de algumas turmas da Escola Municipal Maria de Jesus, em Parnamirim, decidiram levar os alunos para o pátio da escola, nessa última quinta (14), na tentativa de diminuir o mal estar dos estudantes.
Nesta sexta (15) a situação se repetiu. Com muitos alunos e pouco espaço, as turmas tiveram que se revezar para que todos tivessem a chance de ocupar o espaço no horário das aulas.
“Inclusive hoje [sexta] à tarde estava insuportável. A gente tem que revezar os meninos no pátio porque são 13 salas de aula com 40 crianças cada uma. E assim, não tem espaço para estar com todo mundo”, desabafa a professora Nísia Paris, que trabalha na Escola.
A direção do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Parnamirim (Sintserp), município da Região Metropolitana de Natal, explica que o modelo de construção das escolas da cidade, com janelas de vidro e uso de telhas de fibra com cimento (Brasilit), intensifica o problema do calor.
“As escolas de Parnamirim foram construídas utilizando um modelo que acho que é do sul do país, com janela de vidro e telhas Brasilit. Elas são muito quentes. Desde que Taveira [o prefeito de Parnamirim, Rosano Taveira] assumiu, dizem que compraram os aparelhos de ar-condicionado para as escolas e a gente vem sempre cobrando essa instalação. As primeiras informações são de que seria necessário modificar o sistema das escolas, que dizem que é monofásico e teria que ser trifásico para poder aguentar os equipamentos de ar-condicionado, mas isso não foi feito. Dizem que os aparelhos foram comprados em 2017, se isso e verdade, a tendência é virar sucata, né? Os diretores das escolas escrevem memorandos, mas nada é feito para tentar solucionar”, critica Vilma Leão, dirigente do Sintserp.
A Agência Saiba Mais entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Parnamirim na tarde da sexta, mas nós não obtivemos retorno até a publicação da matéria.
“Os poucos ventiladores que ainda existem em algumas escolas são quebrados. Tem escola, como a Luiz Maranhão e a Brigadeiro Eduardo Gomes, que estão com o teto, literalmente, caindo. É mais ou menos essa a situação da Educação em Parnamirim”, acrescenta Vilma Leão.
Um aluguel de mais de meio milhão
A direção do Sintserp também questiona o aluguel de um prédio para sediar a Secretaria Municipal de Educação da cidade, alugado no valor de R$ 672 mil, mas que nunca chegou a ser ocupado pela pasta. A locação do imóvel foi feita pela prefeitura com dispensa de licitação.
“Esse prédio foi alugado, sem licitação, por R$ 56 mil por mês. São R$ 672 mil ao ano, sendo que a Educação tem um prédio próprio. O prédio da Educação foi comprado com recursos próprios no ano de 2007”, alerta Vilma.