Natália Bonavides defende movimentos de greve na Educação Superior
A deputada federal Natália Bonavides (PT) defendeu, na tribuna da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (10), os movimentos paredistas na educação. No Rio Grande do Norte, os técnico-administrativos da Ufersa e UFRN estão em greve, assim como todos os servidores do IFRN — que suspendeu o calendário acadêmico em razão da paralisação. Os trabalhadores cobram principalmente o reajuste salarial.
Segundo a parlamentar, os servidores das instituições federais de ensino estão se mobilizando para fazer aquilo que o presidente Lula (PT) falou que precisava ser feito.
“Quando Lula anunciou o fim do trabalho da equipe de transição, no final de 2022, ele disse ao país que era preciso que a população cobrasse, e isso inclusive foi reiterado por ele em uma entrevista que ele deu no início desse mês, porque cobrar é ajudar o governo a achar caminhos. Então um governo que é liderado por um sindicalista, um partido que é dos trabalhadores, sabe muito bem a importância da greve pra conquistas de direitos”, afirmou.
“Por isso, eu quero registrar o nosso apoio e o reconhecimento da legitimidade das greves que estão ocorrendo nos institutos federais, como o IFRN, em universidades federais como a UFRN, porque é a organização de trabalhadores e trabalhadoras que pode fazer, por exemplo, que a maior categoria de servidores do executivo federal como os técnico-administrativos em educação deixe de ser a carreira mais desvalorizada do serviço público”, reivindicou a deputada e pré-candidata à Prefeitura de Natal.
“Só a organização de trabalhadoras e trabalhadores vai poder fazer inclusive com que a pressão de determinados setores aqui do Congresso, pelo controle do orçamento, que ela seja revertida pra assim a gente acabar com o sufocamento orçamentário das instituições federais de ensino”, disse.
Reunião com o governo
O governo federal recebeu nesta quarta (10) à tarde os representantes de entidades e centrais sindicais para mais uma rodada da Mesa de Nacional de Negociação Permanente (MNNP).
O Executivo manteve a proposta inicial de reajuste salarial zero para o funcionalismo público federal em 2024 e apresentou uma proposta de aumento no auxílio alimentação, que é de R$ 658, para R$ 1000, além de um reajuste de 51% no valor per capita da Saúde Suplementar, considerando a faixa de idade e renda do servidor, e um reajuste no valor da assistência pré-escolar de R$ 321,00 para R$ 484,90.
O governo também indicou que as negociações relativas à estruturação de carreiras e de remuneração serão efetuadas nas mesas específicas das categorias, que deverão ser instaladas na totalidade até o mês de julho de 2024. Afirmou ainda que, caso alguma categoria entre em greve, as negociações setoriais serão paralisadas. As entidades pediram a retirada desta cláusula da proposta de acordo, mas o governo não cedeu. Além disso, o governo esclareceu que não haverá a aplicação do reajuste linear.