Seleção vai apoiar reformas em cinemas de rua e itinerante em Natal

A Prefeitura de Natal abriu uma seleção para apoio financeiro a reformas, restauros, manutenção e funcionamento de salas de cinema de rua e de cinemas itinerantes. A iniciativa faz parte da Lei Paulo Gustavo.

Os objetivos, segundo o edital, são promover a descentralização dos locais de exibição através do financiamento para estruturação, modernização ou manutenção de salas de cinemas de rua, públicas e privadas e de cinemas itinerantes. Há ainda o desejo de estimular a circulação de conteúdos culturais do audiovisual, em especial obras produzidas em Natal, através de financiamento público a propostas que busquem promover a estruturação de espaços ou equipamentos adequados para realizar exibições, bem como incentivar a formação de público e fomentar debates sobre assuntos relacionados à área.

Ao todo, o valor destinando é de R$ 170 mil para projetos selecionados em duas categorias distintas, sendo R$ 100 mil para salas de cinema e R$ 70 mil para cinemas itinerantes. Será selecionada uma vaga por categoria, seguindo ordem decrescente de classificação por nota.

Uma dificuldade enfrentada pela Secretaria de Cultura de Natal (Secult), entretanto, foi justamente conseguir mapear este tipo de espaço na capital. No ano passado, a Agência Saiba Mais mostrou que, numa pesquisa feita por Felipe Oliveira, foram contabilizados 36 cinemas de rua que já existiram em Natal, como o Cine Rio Grande, Cine Rex, Cine Rio Verde e Cine São Luis. Todos eles foram demolidos, fechados ou se tornaram algum tipo de comércio ou igreja, como o Cine Rio Grande.

SAIBA MAIS: Projeto da UFRN recupera memória dos antigos cinemas de rua de Natal

“No diagnóstico [feito pela Secult] a gente realmente teve uma certa dificuldade de identificar aqueles espaços que tinham de fato uma certa vocação de exibição, que a lei pedia que tivesse isso. Ela admite a possibilidade de ampliação da vocação de outro espaço cultural já existente, desde que este passe filmes”, aponta Josenilton Tavares, diretor de Políticas Culturais da Secult.

Para isso, a pasta precisou pesquisar em informações internas, como no Cadastro Municipal de Entidades Culturais (CMEC) e editais.

“Como a lei amplia a possibilidade da vocação de um outro espaço cultural já existente, mas que exiba filmes, aí dá para contar com a possibilidade de aparecer mais de um”, explica o diretor.

Já no caso dos cinemas itinerantes, de acordo com Tavares, Natal possui alguns em evidência, mas mais como característica de festival.

“Tem uns quatro que poderiam se encaixar, mas eles são mais festivais. A parte de você circular para exibir, independente do caráter competitivo de uma amostra de um festival, realmente também tem poucos.”

No edital, ainda é obrigatória a destinação de no mínimo 10% do valor total do projeto para custear as medidas de acessibilidade. Todos os produtos resultantes da seleção pública deverão contar com a execução obrigatória dos recursos de acessibilidade comunicacional (audiodescrição, legendas para surdos e ensurdecidos – LSE e janela de LIBRAS).

Poderão participar Pessoas Físicas, Jurídicas de Direito Privado (incluindo MEI), com ou sem fins lucrativos, com sede e foro em Natal e com inscrição no CMEC (Cadastro Municipal de Entidades Culturais) ou em outros cadastros culturais da federação. Obedecendo aos critérios e exigências contidos no referido cadastro e que concentrem suas atividades no campo do audiovisual.

As inscrições vão até 3 de maio e são gratuitas, realizadas exclusivamente pelo site www.blogdafuncarte.com.br.