Em greve, saúde de Parnamirim realiza ato nesta sexta-feira (03)
Natal, RN 17 de mai 2024

Em greve, saúde de Parnamirim realiza ato nesta sexta-feira (03)

2 de maio de 2024
4min
Em greve, saúde de Parnamirim realiza ato nesta sexta-feira (03)
Foto: reprodução/@sindsaudern

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Apesar do fim da greve dos servidores da saúde do estado do Rio Grande do Norte, que decidiram retornar aos locais de trabalho no último dia 26, a greve na saúde de Parnamirim, iniciada em 09 de abril, continua. Nesta sexta-feira (03), às 7h, a categoria se reúne em um ato público em frente ao Centro Clínico de Parnamirim (CCPAR). Logo depois, às 9h, os servidores realizam uma assembleia para discutir os rumos da greve.

De acordo com Paulo Martins, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde), o movimento grevista é resultado da falta de diálogo entre os servidores e o prefeito Rosano Taveira (Republicanos), e o ato público tem como objetivo mostrar a insatisfação da categoria com o executivo municipal.

“Antes existia uma mesa de negociação aqui em Parnamirim com as secretarias de saúde, administração, planejamento, o gabinete civil, o procurador-geral do município, e algumas vezes o prefeito esteve presente no ano passado”, conta. 

Martins diz que, desde o final do ano passado, essas reuniões com a presença do prefeito pararam de acontecer.

“Então não sei porquê o prefeito se exclui de manter essas reuniões mensais que a gente tinha com os sindicatos. Parou as negociações, travou tudo. A defasagem salarial foi aumentando, a situação da saúde pública como um todo aqui foi se deteriorando, a cada dia que passa fica pior”, aponta.

As pautas da greve contemplam ainda a luta por melhores condições de trabalho e denúncias sobre sobrecarga, déficit de profissionais e a falta de insumos e materiais de trabalho.

“Existe um assédio moral muito grande, com gestores, diretores de unidades. Ninguém aguenta mais essa pressão”, narra Martins. “A UPA é totalmente sucateada, tudo enferrujado ali. Falta maca, colchão, medicamento, raio-x para fazer os procedimentos. Então é muita coisa errada que não dá. O pessoal do Márcio Marinho, que é lá de Pirangi, trabalha com pessoas com todo tipo de doença que chega ali. Não existe uma sala de isolamento para as pessoas que chegam com doenças graves. As pessoas recebem insalubridade insignificante de 20%, quando deveriam receber 40%. Então, tem algumas coisas que não avançam”, ressalta o coordenador do Sindsaúde.

Outras reclamações abrangem o plano de cargos e a produtividade.

“O salário base do plano de cargos está abaixo do salário mínimo. É uma vergonha. Tem médicos ganhando produtividade de 4 mil reais para 40 horas, de 2 mil reais para 20 horas. O restante das categorias da urgência e emergência não tem nada de produtividade. Tem uma gratificação congelada de 530 reais para o nível médio, que é congelada já há nove anos. Das unidades básicas é 300 reais congelada, mesmo período também. Então, não dá para o pessoal conviver com isso. Nem sequer a inflação, que deu 4,62% de 2023 a 2024, o prefeito concede”, afirma o sindicalista.

Martins conta que, no ano passado, a categoria tentou uma negociação com a gestão de Taveira na qual foi apresentada uma planilha de perda salarial de mais de 27% de inflação.

“No ano passado [o prefeito] concedeu 6%, com a perda salarial de 27,04%.  Nós estamos com uma perda salarial agora de 26,5%. Mas nem sequer a inflação o prefeito coloca, então a gente não pode aguentar isso e a greve continua. Amanhã nós vamos ter esse ato lá em frente ao laboratório, para mostrar que a população também está sofrendo. O pessoal está trabalhando no limite”.

Em relação ao Previne Brasil, o Sindsaúde tem cobrado informações à Secretaria de Saúde de Parnamirim em relação à votação na Câmara Municipal.

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