Inspeção em obras da Redinha tem participação das quiosqueiras
Natal, RN 20 de mai 2024

Inspeção em obras da Redinha tem participação das quiosqueiras

21 de março de 2024
5min
Inspeção em obras da Redinha tem participação das quiosqueiras
Imagem: Leonara Oliveira/Mandato Daniel Valença.

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Uma inspeção judicial da obra do mercado da Redinha e dos espaços para a construção dos novos quiosques foi realizada nesta quarta-feira (20). A visita teve como objetivo verificar em que passo estão as obras do complexo turístico da Redinha, na Zona Norte de Natal, buscando entender melhor o território e ouvindo os trabalhadores envolvidos, para fazer os últimos ajustes na reconstrução dos quiosques e, assim, o projeto ser encaminhado.

Participaram da inspeção quiosqueiras, demais trabalhadores do local, o Centro de Referência em Direitos Humanos Marcos Dionísio (CRDHMD), o Coletivo Ginga com Tapioca, os mandatos do vereador Daniel Valença (PT) e da deputada federal Natália Bonavides (PT), a Justiça Federal e o Ministério Público Federal, sendo esses últimos representados pela presença da juíza Gisele Leite e do procurador Vitor Mariz.

Como explica Pedro Levi, advogado do CRDHMD, na visita foi reafirmado o local onde serão construídos os quiosques, com análises do ponto de vista ambiental e urbanístico. “Ficou acordado que está tudo tranquilo e o projeto apresentado pelo município poderá ser aplicado”, afirma, se referindo à recente sinalização da Prefeitura de Natal com a apresentação de um projeto de realocação dos quiosques. “A principal vitória de ontem foi a da reafirmação dessas construções, fazendo uma visita técnica no próprio território, com todas as partes juntas, incluindo as trabalhadoras, e sentindo o que é aquele território e suas demandas” , afirma o advogado.

Para Maria da Silva, liderança das quiosqueiras e mais conhecida na região da Redinha como Dona Neném, o dia de ontem foi de comemoração: “Foi muito especial para as permissionárias da nossa praia. O vereador Daniel Valença trouxe para nós a confirmação de que a Natália Bonavides vai conseguir recursos para a reconstrução dos nossos quiosques”, comemora a permissionária, se referindo à declaração da deputada a respeito da garantia de R$ 1,2 milhão para as obras, referente ao ano de 2025.

“Nós já estávamos perdendo as esperanças, mas graças a Deus temos anjos nas nossas vidas”, declara Dona Neném, se referindo aos mandatos, ao advogado Pedro Levi e também à juíza Gisele Leite e o procurador Vitor Mariz.

Agora, os próximos passos, como explica Pedro Levi, é acelerar o processo, junto ao Ministério das Cidades, para conseguir captar recursos com mandatos para as obras iniciarem já no segundo semestre de 2024. “De toda forma, tivemos, ontem, a sinalização positiva que até 2025 teremos o dinheiro e as obras iniciarão. Mas há uma articulação de tentar captar esses recursos antes disso”, ressaltou.

De acordo com Caroline Diogenes, arquiteta do mandato do vereador Daniel Valença que acompanha desde o início os desdobramentos dos quiosques da Redinha, as quiosqueiras e apoiadores irão analisar a proposta de reconstrução dos quiosques feita pela Prefeitura de Natal e a justiça vai encaminhar os resultados com demais solicitações que possam ser realizadas de volta para o município, que irá responder sobre a viabilidade técnica das alterações que podem vir a ser solicitadas.

Entenda o histórico de demolição dos quiosques da Redinha

No ano passado, a Prefeitura de Natal demoliu os tradicionais quiosques da praia da Redinha para urbanização da orla, sob alegação de que atrapalhariam o movimento das máquinas de construção do mercado da Redinha. No entanto, na época, lideranças e figuras envolvidas no caso defenderam que a remoção era, na verdade, uma atitude política. 

A arquiteta Caroline explica que as demolições também ocorreram por alegações da Prefeitura a respeito das questões sanitárias. “O Ministério Público pediu que o município adequasse os quiosques a uma melhor situação ambiental”, ressalta Caroline. “Mas o município nunca apresentou uma proposta, até que um dia o prefeito [Álvaro Dias] demonstrou não ter interesse nos quiosques, em função das obras no Mercado. A solução, para ele, foi a retirada”.

De acordo com Caroline, sempre esteve claro para o mandato do vereador Daniel Valença que "a intenção da prefeitura de elitizar a praia", se referindo à intenção de uma orla com a "estrutura supervalorizada por investimentos públicos vultuosos, no qual atrairiam restaurantes mais caros".

Como argumenta a arquiteta, com a demolição dos quiosques houve a modificação toda uma cadeia produtiva em um bairro de baixa renda: "A tendência seria a mudança do público que frequenta a localidade, descaracterizando o perfil popular da praia da Redinha", defende.

A partir de então, teve início uma série de lutas e audiências para definir os rumos da orla da praia da Redinha e a situação dos trabalhadores. Em junho do ano passado, foram demolidos os últimos quiosques do local. Agora, o processo é de reconstrução desses quiosques. 

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