Em 3 anos, Natal tem salto em déficit habitacional de 10 mil moradias
Entre 2019 e 2022, Natal teve um salto de déficit habitacional de dez mil moradias, passando de 36.408 unidade em falta para 46.589. O levantamento foi realizado pela Fundação João Pinheiro, em parceria com o Ministério das Cidades, a partir dos dados coletados no Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para a pesquisa foram classificadas como déficit habitacional as habitações precárias (domicílios improvisados ou rústicos), o ônus excessivo com aluguel urbano e as coabitações (domicílios tipo cômodo e unidades domésticas convivente).
Atualmente, o déficit habitacional da capital potiguar é de 46.589 moradias, o equivalente a 8,4% das unidades da cidade. Como acontece em outras capitais e áreas urbanas, o maior problema em Natal é o gasto excessivo com aluguel (82,6%), as moradias de coabitação (13,1%) e habitação precária (4,3%) aparecem em menor quantidade.
De acordo com a Secretaria Municipal de Habitação, Regularização Fundiária e Projetos Estruturantes (Seharpe), nos últimos cinco anos a Prefeitura do Natal entregou 1.792 apartamentos à famílias de baixa renda da capital. Além disso, um residencial com mais 29 unidades está em fase de construção na Avenida João XXIII, no bairro de Mãe Luíza, na zona leste da cidade.
Saiba +
Minha Casa: RN terá 3,8 mil moradias para grupos e movimentos sociais de 61 cidades
RN
No Rio Grande do Norte foram identificadas 32.169 habitações precárias, 22.704 moradias em coabitação e 51.709 ônus excessivo com aluguel urbano. Ao todo, o déficit habitacional no RN, segundo o levantamento, é de 106.582 moradias, o equivalente a 8,7% das residências existentes. Desse total, 83,1% está em área urbana e 16,9% em área rural.
Os dados do histórico apontam, ainda, que o déficit habitacional aumentou ao longo do tempo tanto no RN quanto na capital. No estado, passou de 88.992 em 2016 para 106.582 em 2022.
Em abril, o governo Lula anunciou a entrega de 3.873 moradias para o Rio Grande do Norte pelo programa Minha Casa, Minha Vida para pessoas que fazem parte de comunidades tradicionais, remanescentes de povos indígenas e quilombos, além de famílias de movimentos sociais do campo e da luta por moradia nas cidades.
Lula já havia anunciado a entrega de 4.603 pelo mesmo programa, somando 8.475 unidades habitacionais para o RN.
Nordeste tem 2º maior déficit
Após o Sudeste (2,44 milhões de moradias), o Nordeste (1,76 milhão) é a região com maior déficit habitacional do país.
Enquanto no Norte e Nordeste o que predomina é o problema das habitações precárias, o gasto excessivo com o aluguel é o que mais pesa no Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país.
No Brasil, o déficit habitacional é de 6.215.313 moradias. O número equivale a 8,3% das habitações ocupadas no país atualmente.
Déficit habitacional – por região:
Sudeste: 2.443.642
Nordeste: 1.761.032
Norte: 773.329
Sul: 737.626
Centro-Oeste: 499.685
Brasil: 6.215.313
Déficit habitacional – Nordeste:
Maranhão: 14,4%
Piauí: 11,5%
Sergipe: 9,7%
Paraíba: 9,6%
Alagoas: 9,2%
Rio Grande do Norte: 8,7%
Bahia: 8,1%
Ceará: 7,4%
Pernambuco: 6,7%