Chegamos à reta final do campeonato eleitoral. Você, caro leitor do Saiba Mais, provavelmente, já definiu seu voto. Talvez, falte um candidato a deputado federal ou estadual ou até o segundo voto para o senado. De todo modo, aqui pela internet, você tem acesso a todas as ferramentas para tomar sua decisão. Listas de candidatos, programas de governo, pesquisas eleitorais, análises, torcedores organizados nas redes sociais e no whatsapp. Basta se concentrar, filtrar o mundaréu de informação e decidir.
O problema é que essa é a eleição mais conturbada da nossa história recente e é na última semana onde tudo pode acontecer.
Tem o debate entre os candidatos na Globo, tem a edição que eles vão fazer no dia seguinte, vai ter pesquisa eleitoral dia sim, dia não, exacerbando o eleitorado do voto pragmático e também do voto útil. E preparem os dedos: vai ter muita movimentação nas redes sociais. Afinal, deve ser mesmo por lá que as eleições serão decididas.
O tempo de televisão não fez nem cócegas nas intenções de votos e deixou Geraldo a ver navios. O crescimento de Haddad também não veio da televisão, seja por que apareceu pouco em debates e entrevistas, seja por ter sido tratado como mais um poste de Lula. Também vamos precisar de mais de oito segundo para explicar os votos em Bolsonaro, antes e depois da facada – quando ganhou grande exposição nos telejornais e ao mesmo tempo, estacionou nas pesquisas.
2018 parece sepultar de vez a televisão como Guia Eleitoral.
Pode ser estranho que até eu mesmo fale isso. Eu sei que ainda tem muita gente desconectada da internet e que a televisão ainda é determinante no cotidiano de uma parcela muito alta dos brasileiros, mesmo dos que estão conectados.
O que parece acontecer agora é que há uma parcela do eleitorado que decide o voto além da televisão e, mais do que isso, esses eleitores mostram ser capazes de mediar a decisão do voto de quem está desconectado. É a filha que convence o pai, a neta que convence o avô, o estudante do ensino público que influencia a vizinhança inteira…
Talvez, assim, por linhas tortuosas, a comunicação passe a cumprir sua função social enquanto direito, que tem sido historicamente rechaçada pela nossa mídia empresarial.
Como no caso do fim de semana, quando a TV fez de conta que centenas de milhares de mulheres não estavam nas ruas de todo o país, quando o jornal nacional decidiu não dar um segundo de voz às mulheres que mobilizaram os atos na matéria que tratou do assunto, quando a TV Globo local amanhece entrevistando um partidário vestido com a camisa do Bolsonaro deixando vazar a preferência política da emissora – imagina se fosse uma camisa do #elenão!!