Mais de 30 anos depois da sua fundação, escola municipal Luiz Maranhão Filho em Natal recebe imagens do seu patrono
Natal, RN 30 de abr 2024

Mais de 30 anos depois da sua fundação, escola municipal Luiz Maranhão Filho em Natal recebe imagens do seu patrono

17 de março de 2021
Mais de 30 anos depois da sua fundação, escola municipal Luiz Maranhão Filho em Natal recebe imagens do seu patrono

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A ação de batizar um prédio público, para além de garantir o registro do nome escolhido, também carrega um sentido de homenagem. Por isso, um trabalho conjunto realizado pela atual direção da Escola Municipal Luiz Ignácio Maranhão Filho, localizada na zona oeste de Natal, e a comissão que trabalha o centenário de nascimento do jornalista, advogado, professor e dramaturgo pretende firmar um compromisso com a democracia na sociedade brasileira, lembrando a trajetória do ex-preso político mais conhecido do Rio Grande do Norte. Na última segunda-feira, 15, representantes da comissão fizeram a entrega à escola de dois quadros com a fotografia do patrono.

As imagens, que contam em suas molduras com o talento do artista plástico Jotó, passam a ocupar um vazio histórico. A placa com as informações sobre a fundação da Escola, em 1988, e seu patrono, foi retirada em uma das reformas realizadas na instituição e, desde então, nada se tinha afixado no prédio sobre a sua história.

A ideia é fazer um trabalho pedagógico com os alunos para que haja uma conscientização de quem foi Luiz Ignácio Maranhão Filho e porque a escola em que estudam recebe esse nome. Uma ação que ganha ainda maior relevância quando o país vivencia um desmonte das políticas de Memória e Verdade desde a chegada ao Palácio do Planalto de Jair Bolsonaro, o primeiro Presidente da República após a redemocratização que é abertamente simpático ao regime militar.

Para o economista e ativista dos direitos humanos, Roberto Monte, que preside os trabalhos da comissão, isso tem um significado muito grande no compromisso de erradicar a tortura no Brasil. Para ele, é uma ofensa permanente e um descuido com a nossa própria história não mostrar que no Estado houve e há uma trajetória de resistência e de luta de um povo que quer liberdade, quer democracia e justiça.

Mais que uma atitude simbólica, o trabalho se apresenta como uma maneira de tornar a cidade mais democrática, acredita a comissão que vem desenvolvendo uma extensa programação ao longo desse ano e tem o historiador Alexandre de Albuquerque Maranhão, sobrinho de Luiz Maranhão Filho, na vice-presidência dos trabalhos.

Edrisi Fernandes, um dos membros da comissão e doador do quadro afixado na sala da diretoria da escola, lembrou da importância de “se lembrar de Luiz Maranhão Filho e das suas lutas em favor de uma sociedade mais igualitária”, e fez um apelo para que as pessoas que retiraram a placa façam a devolução à escola.

Uma extensa programação ao longo deste ano, com o lançamento de livros e a republicação da biografia “Luiz, o Santo Ateu”, de Eloneida Studart, deverá lembrar “a vida e trajetória política de Luiz Ignácio Maranhão Filho”, esclarece Roberto Monte. Segundo ele, a comissão está fazendo um “levantamento de tudo que está em áudio, vídeo e material impresso” para que este material seja disponibilizado em bibliotecas públicas, escolas e casas de cultura num trabalho com a FJA e a secretaria estadual de Educação.

“Em tempos tão desafiadores, recordar e trazer à tona a vida de lutadores e lutadoras sociais é trabalhar a questão da memória, é cimentar a identidade e forjar os alicerces da democracia”, afirmou Roberto.

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