Um homem negro, descendente de quilombolas, foi preso, amarrado e agredido por um comerciante do município de Portalegre, distante 370 quilômetros de Natal (RN).
O agressor foi identificado como Alberan Freitas e a vítima, Luciano Simplício. O crime aconteceu no sábado (11) e os dois foram levados para a delegacia de Pau dos Ferros. O caso também foi encaminhado para a Ouvidoria da secretaria de Estado de Direitos Humanos, de Mulheres, Juventude e Igualdade Racial.
Na unidade, Luciano foi autuado por depredação e Alberan por lesão corporal.
As informações foram divulgadas pelo portal Mossoró Hoje.
O vídeo em que Alberan aparece pisando no corpo de Luciano amarrado e no chão viralizou nas redes sociais nesta segunda-feira (13) pela barbárie que a cena representa. Várias pessoas remeteram a cena aos tempos escravidão.
“O que é meu eu tenho o direito de defender”, justifica o comerciante Alberan Freitas no vídeo da agressão enquanto Simplício grita de dor.
Após a repercussão nacional do caso, a governadora Fátima Bezerra determinou apuração rigorosa do crime:



O comerciante justificou a barbárie acusando Luciano de atirar pedras sobre o estabelecimento dele. Já a vítima informou que foi chamado de “drogado e bandido”, por isso teria atirado pedras contra a loja de Alberan.
A deputada estadual Isolda Dantas e as vereadoras Brisa Bracchi e Divaneide Basílio reagiram nas redes sociais ante a barbárie.
– Um corpo negro amarrado e sendo espancado – aqui no RN, em Portalegre. Isso não pode ser naturalizado! É preciso que sejam tomadas duras providências para que este crime de racismo seja punido e não volte a acontecer. É por isso que é tão importante a delegacia especializada em crimes de racismo no RN, como solicitamos ao @governodorn e outras ações de combate ao racismo que mata todos os dias. Vou acompanhar de perto os desdobramentos deste caso”, disse a parlamentar de Mossoró.
A vereadora de Natal Brisa Bracchi classificou como “linchamento” a barbárie cometida pelo comerciante de Portalegre
É um absurdo que o linchamento continue sendo prática cotidiana, ainda mais como política de violência contra corpos negros”, afirmou.