TRABALHO

Depois de denúncias de assédio moral, sindicato pede saída da diretora de UPA em Natal

Com uma série de denúncias de sobrecarga de trabalho, pedidos de transferência e atestados médicos por burnout apresentados por funcionários da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade da Esperança, o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/ RN) decidiu denunciar a direção da unidade por assédio moral e pedir por escrito a saída da coordenadora.

De acordo com o documento, dentre outras coisas, as escalas da unidade são publicadas já próximo ao final do mês e contendo erros, funcionários costumam receber advertências verbais sem motivos, além de faltas e descontos salariais em servidores que estavam de atestado. Outra reclamação de quem trabalha na UPA da Esperança é a falta de acesso à coordenadora que, apesar da ausência frequente, se recusa a resolver questões da UPA de forma remota.

O Conselho Municipal de Saúde e outros órgãos de fiscalização já foram comunicados sobre as práticas na UPA da Cidade da Esperança. A funcionária acusada de assédio pelos demais servidores da unidade também fez as mesmas práticas em outros locais, como no Hospital dos Pescadores e no Hospital de Campanha de Natal, onde os assédios eram ainda mais intensos porque os profissionais eram, em sua maioria, temporários e tinham medo dela”, relata Kelly Jane Pinheiro Teixeira, diretora Sindsaúde.

Os funcionários da unidade também reclamam que, para não ouvir os questionamentos e sugestões, a coordenadora da UPA da Esperança decidiu sair do grupo de mensagens coletivas da equipe e costuma, inclusive, se “vingar” dos efetivos, colocando-os em setores mais críticos.

Por exemplo, meu setor por escala é a sala vermelha, mas como ela tem problema comigo, atribui uma pessoa do contrato ao meu setor de origem e me joga na sala verde, porque esse setor tem mais sobrecarga de trabalho e risco de agressão”, denuncia uma servidora.

Apesar de todo o desgaste e sobrecarga de trabalho acumulada pelos trabalhadores da saúde com a pandemia da covid-19, de acordo com a direção do Sindsaúde, a coordenadora da UPA da Esperança chega a questionar os atestados médicos dos funcionários e a debochar da condição de saúde dos mesmos.

Os profissionais, que muitas vezes já vêm de cargas horárias exaustivas, estão sendo completamente ignorados pela coordenação. A gente não pode fazer um remanejamento, não pode fazer uma troca, o nível de cobrança está altíssimo e a coordenadora não consegue se comunicar. Inclusive, ela extinguiu o núcleo de educação permanente, a gente se sente completamente abandonado!”, reclama a funcionária, que preferiu não ser identificada.

Sobre as denúncias apresentadas nesta matéria, agência Saiba Mais procurou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal, cuja assessoria de imprensa explicou que os funcionários da unidade precisam formalizar o descontento para que o fato seja apurado. No entanto, a mesma assessoria não soube dizer se alguma denúncia havia chegado à SMS.

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