O Comitê Científico que auxilia o Governo do Estado nas decisões relacionadas à Covid-19 recomendou nesta segunda (7) a liberação do uso de máscara em ambientes abertos em todo o Rio Grande do Norte a partir de 16 de março. O titular da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), Cipriano Maia, já adiantou que a recomendação será acatada pelo Governo.
“O Comitê analisou o cenário da pandemia, considerado confortável, com redução de casos e procura por leitos, o que permite essa flexibilização no convívio social. Mas, queremos destacar que a exigência do passaporte vacinal continua e que precisamos avançar na vacinação. Já é muito claro que a vacina se mostrou segura, isso é evidente nos números dessa última fase da pandemia quando pessoas com dose de reforço tiveram casos menos casos graves de internação e isso precisa ser compreendido pela população”, destacou Cipriano Maia, em entrevista à imprensa.
A máscara em ambientes externos deixa de ser obrigatória a partir do dia 16 deste mês. No entanto, em situações de aglomerações, como no caso de festas, ela continua sendo obrigatória. O secretário também lembra que o decreto que determina a exigência do passaporte vacinal em ambientes fechados continua valendo.

“Vamos voltar a intensificar a recomendação aos municípios para que a Vigilância Sanitária retome a fiscalização do passaporte vacinal. O decreto continua valendo e nós esperamos que todas as organizações e empresas possam manter essa exigência, que é para proteger a vida e as pessoas. Nossa recomendação se baseia na ciência e na recomendação da OMS [Organização Mundial da Saúde] e de todos os órgãos de pesquisa internacionais de saúde. Temos uma situação de controle e para mantê-la precisamos ter atitudes condizentes. É uma situação que tende a se converter em endemia, mas se temos 10% de pessoas não vacinadas, ela pode contaminar outra e assim teremos surtos localizados, que é o que a gente não deseja. Não queremos perder mais ninguém, todas as vidas importam”, defendeu o titular da Sesap.
O uso de máscara para controle da covid-19 passou a ser obrigatório desde o dia 7 de maio de 2020. Com uma população de mais de três milhões de habitantes (3.168.027), o Rio Grande do Norte tem 91% (2.900.635) das pessoas vacinadas com uma dose ou dose única dos imunizantes contra a covid-19 até esta terça (8). Apenas 79% (2.527.823) da população potiguar tomou as duas doses e 37% (1.187.512) tomou a dose de reforço, de acordo com os dados da plataforma RN+ Vacina.
Até esta segunda (7), o RN tinha um total de 480.376 casos confirmados, 1.015 casos suspeitos e 6.500 casos de covid-19 em acompanhamento, de acordo com boletim epidemiológico da Sesap. Ao todo, o Estado acumula um total de 8.066 óbitos pela doença e outras 1.565 mortes suspeitas estão sendo investigadas.

Taxa de transmissibilidade
De acordo com Ricardo Valentim, diretor executivo do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN), o RN tem atualmente a menor taxa de transmissibilidade da doença desde 2020, quando teve início a pandemia, com 0.48 em 27 de fevereiro deste ano.
Nesta terça (8), segundo o sistema de Regulação Lais/ UFRN, os hospitais públicos com leitos críticos (semi-intensivos e UTI’S) para pacientes com covid-19 estavam com 102 vagas disponíveis e não havia pacientes em fila de espera em nenhuma região.
Dos 14 hospitais da rede, apenas o Hospital Municipal de Natal apresenta uma alta taxa de ocupação com 100% dos leitos já em uso. No geral, o índice de ocupação dos leitos em todo o RN é de 27%, essa taxa sobe para 33% na Região Metropolitana de Natal, baixa para 21% na Região Oeste e para 13% no Seridó. Desde o início da pandemia, 1.085 potiguares com covid-19 em estado grave morreram sem conseguir um leito para internação.