Pós-TV DHNet completa 1 ano de ativismo mirando educação popular e comitês de luta

O economista e ativista de Direitos Humanos Roberto Monte não é um marinheiro de primeira viagem quando o assunto é internet. Ainda nos anos 1990, viu na grande nuvem virtual um excelente espaço para ampliar o acesso do público a documentos e registros históricos que juntou durante mais de 30 anos de pesquisa sobre a política no Rio Grande do Norte e em outras regiões do país. Nascia ali, há mais de 20 anos, o site DHNet como braço online do Centro de Direitos Humanos e Memória Popular.

Há 1 ano, no entanto, esse corpo que ganhara um braço viu nascer uma perna. Desbravando o Youtube, e em parceria com o historiador e cineasta Rômulo Sckaf, Monte deu início a um projeto ousado ainda em formação: a Universidade Popular, uma espécie de centro de formação online em educação política. Com a pandemia e a prisão do ex-presidente Lula, a ideia ficou em suspenso. Mas como quem gosta de água parada é mosquito da dengue, a dupla se lançou em uma nova empreitada: a Pós-TV DHNet, que divulga em vídeo parte do material arquivado por Roberto, mas ainda inédito do público, e ainda joga luz sobre novos temas que não tem a relevância da mídia corporativa. A equipe ainda conta com a cineasta Marise Monte e o designer Gabriel Monte.

Num dos programas, Monte e Sckaf entrevistaram a historiadora e pesquisadora Aluízia Freire sobre a participação das mulheres na revolução de 1935. Boa parte das memórias dos movimentos populares do Estado potiguar já está disponível para consulta no youtube. Acesse o canal aqui. A Pós-TV DHNet também cobre manifestações e protestos de rua, eventos relacionados à defesa de Direitos Humanos, como o o que reuniu em Teresina, em abril, familiares e vítimas da ditadura militar, e dá espaço para outras ações relacionadas à mesma temática.

Neste sábado (4), quando vai ao ar o 52º programa da Pós-TV DHNet, a partir das 16h, outro motivo para comemorar é a junção do estúdio do projeto com o cine Sierra Maestra, que Roberto Monte mantém em casa. O bate-papo, além de contar com convidados especiais como o artista visual Venâncio Pinheiro, terá como temas o resgate da campanha Lula Livre, a história do PT no Rio Grande do Norte e as eleições de 2022.

Em curto prazo, Roberto e Rômulo esperam ampliar a divulgação dos comitês populares de luta, lançados pelo PT e movimentos sociais para resgatar o trabalho de base realizado ainda nos anos 1980 e interrompido quando Lula chega ao poder, além tirar do papel a sonhada Universidade Popular:

- Nosso projeto original era fazer a Universidade Popular, mas veio a pandemia, esculhambou tudo, entramos e priorizamos o Lula Livre, mas nunca deixamos de sonhar com a Universidade Popular. Só fizemos uma adaptação com a Pós-TV”, explica Roberto Monte.

A perspectiva de educação, segundo ele, é o que vai nortear os próximos passos do projeto:

- Vamos priorizar o Lula Livre, mas dentro de uma perspectiva de educação. No sábado, além de fazermos o programa 52, teremos uma experiência legal, que será a junção do estúdio, que está todo estruturado, com o cine Sierra Maestra. Também queremos trabalhar nessa história do Comitê Popular de Luta também na perspectiva de educação. Queremos ser um comitê que agregue outros comitês, divulgando o que temos, material de campanha, divulgando quem tem ações”, explicou.