Reitora indicada por Bolsonaro diz que Ufersa não terá problemas com novo bloqueio no orçamento
Num caminho oposto à preocupação demonstrada pelos reitores da UFRN e do IFRN, a reitora da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), Ludimilla Oliveira, garantiu que o bloqueio anunciado pelo Ministério da Educação (Mec), na última quarta (05), não afetará a instituição.
A reitoria da Ufersa, cujo campus central fica localizado em Mossoró (RN), não divulgou quanto será bloqueado da instituição, nem como serão mantidas as atividades com o novo corte no orçamento. Em maio deste ano, a Ufersa já havia sofrido um bloqueio, também pelo Ministério da Educação, de 14,5% de seu orçamento, o que representava pouco mais de R$ 7,011 milhões.
“Na Ufersa não haverá atrasos de pagamentos e estão assegurados todos os seus compromissos. A restrição orçamentária anunciada pelo Ministério da Educação se refere a novos empenhos”, declarou a Reitora sem, no entanto, divulgar os números relacionados à instituição.
Em último lugar, mas nomeada
Ludmilla Oliveira é um dos braços do bolsonarismo dentro da universidade pública. Apesar de ter ficado em terceiro lugar na disputa para a reitoria da Ufersa, com 18,33% dos votos na eleição de 2020, sua nomeação foi anunciada pelo próprio Bolsonaro durante visita a Mossoró. Na votação entre servidores e estudantes da Ufersa, Ludmilla ficou atrás dos professores Rodrigo Codes, o mais votado, com 35,55% dos votos; e Jean Berg, o segundo, com 24,84%.
A nomeação não foi bem aceita pela comunidade acadêmica que, na época, fez uma série de manifestações contra a intervenção federal.
Reitores nomeados por Bolsonaro justificam bloqueios
Além da reitora da Ufersa, o reitor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Valdiney Gouveia, negou a ocorrência de cortes no orçamento da instituição. Ele afirma que a medida é um “contingenciamento de responsabilidade fiscal”.
Assim como Ludimilla, Valdiney Gouveia também ficou em terceiro lugar nas eleições para a reitoria da instituição, com 10% dos votos entre alunos, professores e funcionários. Segundo o reitor da UFPB, o bloqueio não afetará as bolsas de pesquisa, a assistência estudantil ou o orçamento dos Centros.