RN tem nova alta de casos suspeitos de dengue e especialistas alertam população

Por Luan Conceição   

Inimiga de anos da saúde brasileira e motivo de preocupação entre médicos infectologistas, a dengue volta a causar preocupação no Rio Grande do Norte por conta de nova alta no número de casos.

Segundo a Secretaria de Estado de Saúde Publica (Sesap), o número de casos prováveis de dengue nas primeiras cinco semanas de 2023 foi de 597. São 373 casos prováveis a mais do que o número registrado no mesmo período de 2022. Até então, 78 casos foram confirmados e duas mortes estão sendo investigadas.

Segundo a coordenadora do programa de combate às arboviroses da SESAP, Dinara Alves, esse tipo de alta é mais comum neste período do ano:

“Existe um um período, de novembro até maio, que é o período epidêmico. Devido às altas temperaturas e as chuvas de verão, isso auxilia na maior proliferação do mosquito Aedes aegypti, explicou.

A preocupação não está apenas em cima dos casos de dengue, mas também no fato do Aedes Aegypti, mosquito causador da doença,  transmitir outras arboviroses, como Chikungunya e Zika. Ambas são letais, e a zika ganha atenção especial dos especialistas, já que o seu contágio em mulheres grávidas pode causar deformações no feto, incluindo microcefalia.

Até então, a Sesap confirmou 18 casos de 256 notificações com probabilidade de chikungunya. Já quanto a zika, existe uma ocorrência confirmada entre os 59 casos prováveis. Os municípios com maior incidência das doenças são Natal, Extremoz, Parnamirim, Coronel João Pessoa e São Miguel.

Ainda de acordo com  a coordenadora do programa, os números não necessariamente demonstram um crescimento de ocorrências, mas significa que há um controle mais atuante da situação e dos diagnósticos. Apenas com exames clínicos será possível confirmar ou descartar os casos suspeitos.

Dinara Alves explica que, para combater a proliferação da dengue, é necessário o envolvimento de diversos fatores:

“Vale ressaltar que o controle e combate às arborviroses não está apenas dentro do setor da saúde. Engloba questões estruturais: abastecimento de água, questão de armazenamento e destino dos resíduos sólidos. E é muito importante que todas as áreas tenham integração, para que juntos, todos possam unir forças e fortalecer ações de prevenção para evitar essas arboviroses. Se nós não queremos ter arbovirose, não podemos deixar o mosquito se reproduzir.”

Pensando nisso, a sociedade e suas ações também são um fator importante. Já é clássica e bem conhecida a indicação de combate ao mosquito causador das doenças, mas boa parte da população esquece:

“A população também está incluída nesse papel de controlar esse vetor. Então a gente não pode deixar a água acumular, seja em pote, seja em calhas, seja em em depósitos, caixa d'água mal vedada, em lixo, não pode.”

Para além destas ações, Governo do Estado e gestões municipais também agem com campanhas e a utilização do veículo Ultra Baixo Volume (UBV), mais conhecido como Fumacê, que expele uma pequena quantidade de veneno, inofensiva para seres humanos, mas que combate o mosquito da dengue e demais arboviroses.