Prefeito de Mossoró exonera auxiliar após vazamento de áudio
O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), exonerou nesta quarta-feira (1º), em pleno feriado, o diretor do Departamento de Gestão Cultural da Secretaria Municipal de Cultura, Thiago Bento, após a circulação de um áudio em que o servidor discutiria um suposto superfaturamento em documentos da pasta.
A exoneração foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM). Francisco Thiago Bento Silva era comissionado e ocupava o cargo de diretor administrativo. A última atualização do contracheque no Portal da Transparência, de março deste ano, mostra que ele recebeu um salário bruto de R$ 4,3 mil, para a carga horária de 40 horas semanais.
A revelação do áudio e a saída do servidor acontecem um mês antes do Mossoró Cidade Junina (MCJ), principal festejo da cidade, que acontecerá de 1 a 29 de junho. Bento é um dos responsáveis pelo Chuva de Bala no País de Mossoró, espetáculo que compõe a programação do MCJ.
O áudio foi gravado num ambiente com eco, mas é possível perceber uma pessoa — que seria Thiago Bento — falando:
“Tem coisa aqui que preciso alterar. Aí o que é que eu vou fazer para não ficar sem receber nada? Vou botar seu cachê de R$ 25 mil e R$ 5 mil meu”, diz.
Thiago Bento também já passou pelo cargo de gerente executivo da Cultura. Em nota, a Prefeitura de Mossoró confirmou que a exoneração foi resultado da divulgação do áudio.
“A Prefeitura de Mossoró tomou conhecimento de áudio envolvendo servidor do Município, o qual tratava de suposto caso de irregularidade no trato da coisa pública. Referido servidor já foi exonerado e o caso agora deverá ser apurado pelas instâncias competentes”, declarou o Executivo.
Kadson Eduardo: também exonerado
O caso envolvendo Thiago Bento se soma a uma outra crise vivida pelo prefeito Allyson Bezerra. No final de abril, ele exonerou o então secretário municipal de Planejamento, Orçamento e Gestão, Kadson Eduardo, após a revelação de que o titular da pasta foi condenado por falsidade ideológica, num processo já transitado em julgado desde o ano passado.
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Kadson era advogado de uma ação sobre demarcação de terras particulares em Apodi. De acordo com o processo, em 29 de julho de 2016, o advogado, “livre e conscientemente”, falsificou um documento público e o apresentou à Justiça Federal com o objetivo de não comparecer à audiência designada que tramitava na 12ª Vara Federal, em Pau dos Ferros, praticando, assim, o crime de uso de documento público materialmente falso. Ele apresentou uma petição nos autos da ação de demarcação de terras particulares, solicitando o reaprazamento da audiência.