O senador Randolfe Rodrigues, da Rede, afirmou que já conseguiu assinaturas suficiente para abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre as queimadas e incêndios criminosos na Amazônia, divulgadas como 'Dia do Fogo' e que ocasionaram destruição de grandes territórios da floresta. O requerimento foi protocolado. A comissão que ainda será instalada vai investigar o aumento dos índices de desmatamento na região e o porquê do Governo Federal ter perdido aportes milionários da Alemanha e da Noruega no Fundo Amazônia.
"Será que o governo não quer que uma comissão de inquérito descubra quem foram os responsáveis pelo aumento do desmatamento, quem ocasionou a ampliação de focos de incêndio na Amazônia?", questionou Randolfe, senador responsável por reunir as assinaturas para ingressar entrada da CPI. "Me parece que é isso o que o governo teme", completa, em matéria divulgada pela Folha de São Paulo.
Segundo o senador da Rede, a comissão também vai apurar os motivos que levaram o governo federal a perder os recursos que a Alemanha e a Noruega destinavam ao Fundo Amazônia.
A instalação da comissão ocorre após uma crise ambiental enfrentada pelo país nos últimos dias. Neste mês, até o último dia 24, de acordo com dados do portal UOL, foram registrados 78.383 mil focos de incêndio no país, 84% a mais que no mesmo período de 2018 (42.546).
Somente na Amazônia, foram 41.332 focos. Esse número representa 52% dos focos totais, o maior percentual já registrado para o bioma desde o início das medições do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em 2003.
Os problemas ambientais refletiram em um embate diplomático entre o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o líder francês Emmanuel Macron, que chegou a questionar se Bolsonaro estaria à altura do cargo de presidente do Brasil, após o presidente ter ofendido a esposa do dirigente francês, Brigitte Macron, nas redes sociais. Bolsonaro reagiu a um comentário sexista que "criticava" Brigitte por sua forma física e sua idade.
"Entende agora por que Macron persegue Bolsonaro?", trazia a mensagem, logo respondida por Bolsonaro: "não humilha cara. kkkkkkk".
Eduardo Bolsonaro (PSL), filho mais novo do presidente e cotado para assumir a embaixada do país nos Estados Unidos, além dos ministros Abraham Weintraub (Educação) e Ernesto Araújo (Itamaraty) também atacaram Macron.
Paradoxalmente, o comentário de Weintraub foi tido como um dos mais desrespeitosos: "O Macron não está a altura deste embate. É apenas um calhorda oportunista buscando apoio do lobby agrícola francês."
A disputa entre Brasil e França pode respingar ainda no acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia, firmado informalmente durante a cúpula do G20 em Osaka, no Japão. O trato deve ser aprovado nos parlamentos dos países envolvidos, incluindo o francês.
*Com informações do Portal UOL e Folha de São Paulo
**Edição: agência Saiba Mais