Professora e travesti Rebecka de França é nova coordenadora de diversidade sexual do RN
Natal, RN 26 de abr 2024

Professora e travesti Rebecka de França é nova coordenadora de diversidade sexual do RN

19 de maio de 2023
Professora e travesti Rebecka de França é nova coordenadora de diversidade sexual do RN

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A professora e ativista dos direitos LGBTQIA+ Rebecka de França é a nova coordenadora de Diversidade Sexual e Gênero (Codis) do Estado. A cadeira, ligada à Secretaria das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos (Semjidh), tem a segunda travesti em sequência no comando, já que França substitui a jornalista Janaína Lima.

Rebecka diz que vai dar continuidade ao trabalho que já era feito anteriormente na pasta. Ela também quer avançar em pontos chave para o órgão, como o pagamento das bolsas do “Transcidadania”. Instituído no ano passado, o programa é destinado a promover os direitos humanos, o acesso à cidadania e a qualificação e humanização do atendimento prestado às pessoas transgêneros, travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social.

“Se você for fazer uma análise histórica, nunca teve um órgão, nem estadual nem municipal, para pessoas LGBTs [no RN]. E aí a continuidade que eu quero dar nesse trabalho é justamente ver o que eles fizeram, o que tem para fazer agora no presente e pensar em novas estratégias para o futuro, tentando sempre conversar com secretarias que possam nos dar apoio, como saúde, educação e assistência social”, afirma. 

Rebecka atua nos movimentos sociais desde 2009. Atualmente é coordenadora geral da Associação de Travestis e Transexuais Potiguares na Ação pela Coerência no Rio Grande do Norte (ATTRANSPARENCIA-RN), entidade filiada à Rede Trans Brasil.

“Eu brinco que o que eu fazia há 10 anos como movimento social, agora eu vou ter como executar como poder público”, aponta. 

Formada na licenciatura plena em Geografia pelo IFRN, com especialização em Educação Ambiental e Geografia, e Mestrado em Ensino da Geografia pela UFRN, ela estava no chão da escola até esta quinta-feira (18). A docente atuava na Escola Estadual Imperial Marinheiro, no bairro Nordeste, zona Oeste de Natal.

“Eu tô aqui com minha caixa de mensagens com vários alunos reclamando porque eu saí, chorando, triste, com raiva. Eu dou aula do sexto ano à terceira série do ensino médio, das criancinhas até os adolescentes na fase jovem. Então eu tenho as mais lindas declarações de amor”, comenta. 

“Eu sempre falava para eles que eu era aquela tia carinhosa, amorosa e ia guardar eles para sempre na vida, mas você sabe que tudo é um ciclo”, diz a geógrafa. 

A professora esteve, em 2014, entre as primeiras 98 pessoas trans do Brasil a usarem a política do nome social no ENEM e assim conseguir ingressar num curso superior. 

Homenageada pela Câmara Municipal de Natal por cinco vezes devido aos serviços prestados à população LGBTQI+ do município de Natal, recebeu ainda reconhecimento por meio da Comanda Câmara Cascudo entregue pela Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.

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