Depois te Conto:jovens da Zona Norte criam série independente de humor
Natal, RN 8 de mai 2024

Depois te Conto:jovens da Zona Norte criam série independente de humor

17 de novembro de 2023
5min
Depois te Conto:jovens da Zona Norte criam série independente de humor
legenda: A série independente é totalmente gravada por celular e está disponível no Instagram (@seriedepoisteconto) | Foto: Jeanderson Araújo

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Depois te Conto” é uma série independente de comédia pensada e criada pelos humoristas Douglas Martins e Davi Senaa. Douglas ou “Dougras”, como prefere ser chamado, é um jovem morador do Loteamento José Sarney, no Bairro de Lagoa Azul, na Zona Norte de Natal, que vem conquistando espaço nas redes sociais com um bom humor afiado. Já Davi, tem 25 anos e mora no Bairro Pajuçara.

A série, criada originalmente para o Reels do Instagram, está na segunda temporada e passou a ser exibida também no Youtube e aos sábados na TV Tropical, afiliada da Rede Record no RN. Na trama, “Curió”, interpretado por Dougras, se apaixona por “Rosinha”, vivida por Yasmin Tomás, a filha do Coronel, feito por Natan Regueiro. A partir daí, o espectador é convidado a acompanhar as aventuras de Curió para ficar com sua amada, sempre na companhia do seu fiel escudeiro “Peba”, interpretado pelo humorista Davi Senaa. 

A gente já tinha uma vontade de ingressar nesse lado mais cinematográfico no Instagram. Deixar um pouco de lado os vídeos mais imediatos, que o algoritmo do Instagram pede, né?… Ele [Davi] sempre teve essa vontade. Sempre teve essa vontade de fazer uns vídeos mais trabalhados, com uma mudança de ângulos, com interpretação, com dramaturgia, e graças a Deus ele conseguiu encaixar um elenco muito massa que abraçou a ideia e hoje a gente tá conseguindo, de certa forma, colher os frutos daquela ideia lá de trás. O que era uma brincadeira virou sério hoje em dia”, comentou Douglas. 

Uma história regional 

A trama se passa na cidade ficcional de “Depois de Conto”, que dá nome à série. E o destaque vai para todo o elenco e produção, que é inteiramente feita por moradores, atores e humoristas da Zona Norte. O elenco conta ainda com alguns nomes: Dinho Nascimento, Rainara Rita, Mawill Siuva, Styve Soares, Larissa França, Luiz Carlos Lima e tantos outros. 

Além de tudo, a obra é rica em elementos regionais, como sotaques, músicas e vivências nordestinas, reforçando e aprimorando o audiovisual potiguar. As personagens trazem críticas contemporâneas da sociedade, como é possível observar nas aventuras de “Ritinha, o Padeiro e Agenor” ou as valentias do “Delegado e Tonhão”. 

O projeto, feito exclusivamente por jovens da Zona Norte, sobrevive através de parcerias e patrocínios de marcas privadas que acreditam nesse trabalho independente. Douglas conta que é muito difícil manter um projeto desses de ar, principalmente por conta do baixo orçamento, que mesmo recebendo alguns incentivos, não conseguem competir com grandes produções a níveis Nordeste. 

Eu sempre tive muita vontade desse lado, ir pro lado da dramaturgia, ir pra esse lado mais cinematográfico. Só que pra mim era um desafio bem grande e bem longe, até porque a gente não tinha oportunidade e a gente criou nossa oportunidade, né?”, pontuou Douglas. “E a importância que o trabalho da série vem gerando é enorme, porque mostra que gravamos tudo só com o celular. Conseguimos mostrar pro público que gravar uma série não é um negócio de outro mundo. E seguimos inspirando outras pessoas a fazerem o mesmo”, completou. 

“Um cinema nordestino feito por nordestinos”

Yasmin Tomás, 19, mora no Goladim, em São Gonçalo do Amarante, e cursa Licenciatura em Teatro na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A jovem não esconde o entusiasmo de viver uma protagonista e conta que a experiência está sendo incrível. 

É uma experiência incrível! Um elenco e produção unidos, o trabalho flui e fica tudo mais leve. Admiro o fato de ser bem trabalhado como produção independente, os cuidados com falas, produções de cenas com jogo de câmeras e criações de personagens. Um cinema nordestino feito por nordestinos”, pontua a estudante. 

A artista não esconde as dificuldades em trabalhar com arte aqui no estado. “Existe uma falta de oportunidades tanto para atriz quanto para o público que deveria ter acesso ao teatro, independente da classe social”.

A atriz ainda reforçou a necessidade de abrir novos espaços artísticos e culturais para a população e para artistas independentes. 

É necessário mais espaços artísticos e culturais para a população e apoio para os artistas independentes locais, não tem como viver exclusivamente de teatro apenas na cidade”, finalizou. 

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Essa reportagem faz parte do projeto "Saiba Mais de perto", idealizado pela Agência SAIBA MAIS, e financiado com recursos do programa Acelerando Negócios Digitais, do ICFJ/Meta e apoio da Ajor".

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