Reitora da Ufersa tenta reeleição e enfrenta Rodrigo Codes, 1º de 2020
Com eleições programadas para o dia 04 de abril, os candidatos à Reitoria da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) já começaram a registrar suas candidaturas e pelo menos duas delas já estiveram no pleito de 2020: a do professor Rodrigo Codes, mais votado na ocasião com 35,5% dos votos, e Ludimilla Oliveira, que apesar de menos votada, com 18,33% dos votos, foi nomeada pelo então presidente Jair Bolsonaro, durante passagem por Mossoró.
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Rodrigo Codes é Engenheiro Civil com doutorado em Engenharia Mecânica e de Materiais pela École Normale Supérieure, na França. Ele formalizou a chapa ao lado do professor Nildo Dias, Engenheiro Agrônomo com doutorado pela Universidade de São Paulo (Usp) e pós-doc pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.
“De fato, é como se passasse um filme. Afinal, há quatro anos encarávamos o mesmo processo. Muitas vezes, tempestades adversas desafiam nossa caminhada. Nesses momentos, a resiliência precisa surgir como espécie de farol da esperança, nos guiando de volta à luz. Sou um professor universitário que ousou sonhar estar à frente de sua comunidade, e que por ela foi escolhido em 2020, para gerir, enquanto Reitor, nossa instituição. Uma escolha feita com base numa trajetória de trabalho e nas proposições e projetos apresentados. À época, por conta de um ato político e discricionário que atentou frontalmente contra a autonomia universitária e democracia interna, fomos preteridos e não nomeados”, comentou Codes em suas redes sociais após o registro da candidatura.
Na eleição de 2020, Codes formou chapa com o professor Edcarlos Alves Leite, do campus Angicos. Na época, pelo menos 20 universidades federais em todo o país tiveram interventores nomeados por Bolsonaro.
“Mas, sonhos não morrem. Quatro anos depois, aqui estamos, colocando nosso nome novamente à disposição da comunidade ufersiana, ao lado do Prof. Nildo Dias. Juntos, oferecemos toda bagagem acumulada através da experiência de décadas na educação e na academia, dentro e fora do nosso país, trazendo uma visão ampla e inclusiva de universidade. Oferecemos nossa determinação para o trabalho e para a realização. Nosso plano de trabalho apresentado foi construído a muitas mãos e com contribuição direta de todas as categorias que fazem nossa UFERSA. Levaremos adiante nossa jornada tendo a democracia, a ética, a integridade, a ciência, a honestidade, a transparência e a valorização das pessoas como princípios inegociáveis”, declarou Codes.
Pressão
Apesar dos questionamentos que recebeu à frente da Reitoria da Ufersa, principalmente por ter ficado em último lugar na eleição da universidade e mesmo assim ter sido nomeada, com direito a processo e perda de diploma de doutorado por plágio, Ludmilla volta a se candidatar para a gestão 2024-2028. A atual reitora da Ufersa registrou chapa ao lado da professora Monique Lessa, doutora em Arquitetura e Urbanismo pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Segundo o Currículo Lattes, Ludimilla é doutora em Arquitetura e Urbanismo pelo Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), atuando como professora do Centro de Ciências Sociais Aplicadas e Humanas (CCSAH) da Ufersa. Em suas redes, a reitora da Ufersa publicou um versículo bíblico para anunciar a candidatura:
'Josué 1:9
“Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o Seu Deus, estará com você por onde você andar”.'
Em junho do ano passado, o reitor da UFRN, Daniel Diniz, acatou a recomendação do relatório da Comissão de Processo Administrativo Disciplinar Discente da universidade de anular o título de doutorado de Ludimilla Oliveira por plágio. Segundo o relatório elaborado pela Comissão interna da UFRN, criada para analisar a denúncia, pelo menos 44% das palavras contidas na tese de Ludimilla não foram redigidas por ela.
Na última atualização do caso, em novembro de 2023, os desembargadores da segunda turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) negaram o apelo da reitora da Ufersa, que questionava o trâmite administrativo realizado pela UFRN, que resultou na cassação de seu diploma de doutorado. Nós tentamos contato com a assessoria da Ufersa para obter informações mais recentes sobre o caso, mas não obtivemos retorno até a publicação da matéria.