Em cinco anos, a insegurança alimentar cai 21,3% no RN
Natal, RN 5 de mai 2024

Em cinco anos, a insegurança alimentar cai 21,3% no RN

25 de abril de 2024
5min
Em cinco anos, a insegurança alimentar cai 21,3% no RN

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Em cinco anos, a insegurança alimentar diminuiu 21,3% no Rio Grande do Norte. Essa foi a segunda maior queda na região Nordeste. Apenas o Maranhão foi melhor, 22,6%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (25).

Em números absolutos, isso quer dizer que no Rio Grande do Norte 158 mil famílias ascenderam à condição de segurança alimentar. Ainda assim, 63 mil domicílios potiguares vivem no nível mais grave de insegurança alimentar. Ou seja, nesses lares todos os membros da família conviveram com uma redução da quantidade de alimentos, inclusive das crianças, chegando ao ponto da experiência de fome.

Segurança alimentar volta a crescer no Brasil em 2023

A pesquisa do IBGE apontou que  dos 78,3 milhões de domicílios particulares permanentes no Brasil, 72,4% (56,7 milhões) estavam em situação de segurança alimentar, ou seja, tinham acesso permanente à alimentação adequada. Essa proporção cresceu 9,1 pontos percentuais (p.p.) frente ao último levantamento, a POF 2017-2018, que havia encontrado 63,3% dos domicílios do país em situação de segurança alimentar.

No entanto, 21,6 milhões de domicílios (27,6%) eram afetados por algum grau de insegurança alimentar. A forma mais grave englobava cerca de 3,2 milhões de domicílios (4,1%).

Realizada por meio de uma parceria entre o IBGE e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, a pesquisa teve como referencial metodológico a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), que permite a identificação e classificação dos domicílios de acordo com o nível de segurança alimentar de seus moradores.

Esta é a primeira vez que a PNAD Contínua disponibiliza resultados segundo os critérios da EBIA, mas quatro divulgações anteriores do IBGE já abordaram o tema segurança alimentar segundo essa escala: os Suplementos sobre Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), que fizeram parte da PNAD em 2004, 2009 e 2013, além da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018.   

No último trimestre de 2023, 27,6% (21,6 milhões) dos domicílios particulares no Brasil estavam com algum grau de insegurança alimentar sendo que 18,2% (14,3 milhões) enquadraram-se no nível leve, 5,3% (4,2 milhões) no moderado e 4,1% (3,2 milhões) no grave. A proporção de domicílios com insegurança alimentar moderada ou grave (9,4%) recuou 3,3 pontos percentuais (p.p.) frente à POF 2017-2018 (12,7%), mas ainda se encontra 1,6 p.p. acima da PNAD 2013 (7,8%). 

O cenário de insegurança alimentar grave foi mais expressivo nas áreas rurais do país. A proporção de domicílios particulares em insegurança alimentar moderada ou grave nessas regiões foi de 12,7%, contra 8,9% nas áreas urbanas. Ainda assim, o percentual nas áreas rurais foi o menor desde a PNAD 2004 (23,6%). 

Insegurança alimentar é mais presente nas regiões Norte e Nordeste 

Apesar de apresentarem mais da metade dos moradores com acesso pleno e regular aos alimentos, considerando aspectos qualitativos e quantitativos, as regiões Norte (60,3%) e Nordeste (61,2%) tiveram as menores proporções de domicílios particulares em segurança alimentar. Esses valores correspondem, em número de domicílios, a 3,6 milhões no Norte e 12,7 milhões no Nordeste. 

Ministro Wellington Dias destaca importância do CadÚnico

Em cerimônia de anúncio dos dados do IBGE, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, destacou a importância da atualização do Cadastro Único (CadÚnico), base para pagamento dos programas sociais, e o adicional de pagamento para crianças de até seis anos, que ajudaram  o Bolsa Família a ter um resultado mais eficiente para a redução da insegurança alimentar.

“O governo anterior colocava dinheiro, mas não usava ciência, critério, o pagamento de R$ 600 era para qualquer pessoa. Uma família de duas pessoas recebia R$ 600, mas R$ 300 para cada, mas numa família de dez pessoas isso significava R$ 60 para cada. Então o dinheiro vai, mas não resolve o problema da fome”, disse o ministro, mencionando o problema das famílias unipessoais no cadastro.

Wellington Dias afirmou que o desafio agora é incluir “essas 8,7 milhões de pessoas que ainda estão em insegurança alimentar grave”. “Como fazer isso? Vamos continuar mais a busca ativa para os programas sociais”, afirmou, lembrando o compromisso de retirar o Brasil do “Mapa da Fome”.

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