Policiais civis do RN iniciam paralisação a partir desta terça (23)
Os policiais civis do Rio Grande do Norte decidiram iniciar uma paralisação geral a partir desta terça-feira (23). De acordo com o sindicato da categoria (Sinpol), a decisão é em decorrência da falta de acordo com o governo em relação ao reajuste salarial. Com a medida, todas as delegacias ficam fechadas.
Na tarde desta segunda (22), os policiais foram a mais uma rodada de negociação com a equipe do Governo. Na ocasião, o Sinpol e demais entidades aguardavam uma sinalização em relação à proposta de 10% de reajuste que havia sido aprovada pelos policiais civis na última sexta-feira (19) e seria avaliada pelo Comitê Gestor do Estado.
“No entanto, o Governo veio com nova proposta de apenas 5,3%, mais uma vez retrocedendo e desrespeitando os policiais civis. Dessa forma, a categoria chegou ao limite e decidiu adotar uma atitude mais dura de luta”, destaca o presidente do Sinpol-RN, Nilton Arruda.
De acordo com Nilton, os policiais têm uma perda inflacionária de 54%, considerando os últimos cinco anos. Inicialmente, a categoria queria um reajuste de 30% e posteriormente flexibilizou para 10%, mediada pela Delegacia Geral, mas ainda não foi suficiente para o governo aceitar.
A partir das 8h desta terça-feira, o sindicato convocou todos os policiais civis a se concentrarem em frente à Central de Flagrantes, em Natal. Segundo o presidente do Sinpol, a direção da Polícia Civil deve organizar o mínimo de agentes para ficar trabalhando, mas as unidades policiais ficarão fechadas.
“Normalmente escolhem como base um batalhão da PM para se ter esses atendimentos emergenciais, e o restante dos procedimentos que é investigação, BO, isso aí fica prejudicado. Então a direção da Polícia Civil é que vai organizar essas questões dos percentuais”, aponta.
Em 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que greve de policiais civis ou qualquer outra categoria de servidores públicos que atua diretamente na área de segurança pública é vedada.
“Em relação à proibição de fazer greve, nós já tentamos de todas as formas negociar com o Governo do Estado. Então a gente tá indo para essa atitude porque infelizmente o governo tem uma postura diferente com a Polícia Civil. Ele valoriza as outras categorias, mas para a Polícia Civil que já tem a maior perda inflacionária de todas as categorias do Governo do Estado, não só da segurança pública, ele [governo] oferece o menor percentual de todas as categorias da segurança pública. Então a única maneira que a gente tem para que o governo nos escute é uma paralisação”, diz Nilton Arruda.
Procuramos o Governo do Estado, por meio do secretário extraordinário de Gestão e Projetos Especiais, Adriano Gadelha, mas não obtivemos retorno até a publicação desta matéria.