STTU altera linhas e superlota ônibus circular da UFRN
Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte foram pegos de surpresa com a alteração na frota das linhas Circular UFRN que rodam dentro do Campus Natal, na manhã desta terça-feira (23). A mudança, que ocorreu após a decisão da UFRN de não suspender o calendário acadêmico de 2024, superlotou as poucas linhas mantidas e prejudicou os estudantes ao longo do dia.
A UFRN decidiu não suspender o calendário acadêmico de 2024, mesmo com as greves dos docentes, técnicos administrativos e bolsistas da Instituição. E, com isso, os estudantes precisaram ir até a universidade assistir às aulas ou frequentar projetos e bolsas, daqueles servidores que não aderiram à paralisação. Os docentes entraram em greve nesta segunda (22) mas até este dia as linhas circulares estavam no itinerário normal.
Um dia após a deflagração da greve, os alunos ficaram sem os serviços das linhas Expresso Reitoria, que faz a rota Via Direta/Reitoria e Expresso C&T, que faz o percurso Via Direta/C&T. Assim, somente as linhas Direto e Inverso, rodaram ao longo do dia. Como consequência disso, muitos estudantes esperaram por longos períodos, pediram transportes por aplicativos, foram a pé para o campus, voltaram para casa ou se espremeram na porta dos veículos.
Estudantes pegaram ônibus lotados
A reportagem da Agência Saiba Mais esteve na parada do circular da UFRN na manhã de hoje e constatou a demora das frotas e a superlotação das linhas Direto e Inverso, as únicas que operaram no dia. No momento, também foi flagrado uma grande concentração de estudantes utilizando transportes por aplicativos para chegar aos setores de aula ou desistindo e voltando para casa.
Rayane Pontes é estudante de Letras da UFRN e precisou pegar o circular nesta manhã. A estudante contou que precisou esperar bastante tempo para utilizar o serviço. “Hoje precisei pegar o circular, chegando na parada eu já imaginei que tivessem feito alguma mudança nos ônibus, porque estava cheia de pessoas mesmo com a greve”, contou.
Quando conseguiu pegar o serviço, a discente contou que foi “espremida” na porta, por falta de espaço. “Depois de esperar bastante tempo, peguei o circular Direto lotado, não tinha espaço e muita gente não conseguiu subir e teve de esperar o próximo.”, desabafou.
Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) explicou que a retirada das linhas aconteceu após uma pesquisa realizada na segunda-feira (22), onde foi verificada uma redução na demanda de passageiros nas linhas em razão da greve dos docentes da UFRN. “Assim, como forma de adequar a operação à demanda existente, as linhas 588B (Circular UFRN – Expresso Reitoria) e 588C (Circular UFRN – Expresso C&T) foram paralisadas nesta terça-feira (23).”, disse em nota. Segundo o órgão, as linhas mantidas seguem com o quadro de horários referente ao período de aulas normais.
Ainda de acordo com a pasta, agentes de mobilidade urbana estão realizando pesquisas no Campus. “Agentes de mobilidade estão realizando pesquisa no Campus nesta quarta-feira (24) para verificação do comportamento da demanda e, caso seja necessário, novas adequações serão realizadas.”, finalizou.
Entenda a greve
Nesta segunda (22), os professores da UFRN entraram em greve, por tempo indeterminado, após um plebiscito que teve mais de 60% dos votos favoráveis à paralisação. Os docentes se somam aos servidores técnico-administrativos da instituição, que estão paralisados oficialmente desde o dia 14 de março, e aos estudantes bolsistas que aderiram à paralisação na última segunda (15).
Apesar disso, a UFRN informou que a discussão sobre possíveis alterações no calendário universitário só irá ocorrer após a finalização da greve. Já para o Sindicato dos Docentes da UFRN (Adurn), a postura da reitoria de não suspender o calendário acadêmico não enfraquece o movimento grevista.
Leia também: Greve UFRN: DCE pede suspensão do calendário em ato nesta quinta (25)
De acordo com o sindicato os professores da instituição, reivindicam:
- Reajuste salarial linear de 7,06%, em 2024, mais 7,06% em 2025, e 7,06% em 2026, totalizando 22,8%;
- Reestruturação das carreiras do Magistério Superior (MS) e Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT);
- Recomposição do orçamento das instituições federais de ensino.