Professores, técnicos e bolsistas da UFRN seguem em greve
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Professores, técnicos e bolsistas da UFRN seguem em greve

25 de abril de 2024
5min
Professores, técnicos e bolsistas da UFRN seguem em greve
Imagem: Reprodução/Adurn-Sindicato.

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Os professores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) decidiram, nesta quarta-feira (24), seguir em greve por tempo indeterminado. A decisão pela continuidade do movimento grevista foi aprovada em assembleia do Sindicato dos Docentes da UFRN (Adurn), que contou com mais de 340 docentes. No mesmo dia, em assembleia geral do Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação do Ensino Superior do RN (Sintest-RN), os servidores técnico-administrativos da instituição, em paralisação desde o dia 14 de março, também decidiram pela continuidade da greve.

Os docentes da UFRN, em greve oficialmente desde o último dia 22, também rejeitaram a proposta apresentada pelo governo federal na 4ª Reunião da Mesa Específica e Temporária da Área da Educação, que aconteceu na última sexta-feira (19). Na ocasião, o governo apresentou uma nova proposta de reajuste para professores e técnicos administrativos: reajuste salarial de 9% para janeiro de 2025 e 3,5% para maio de 2026, mas ainda sem previsão de reajuste para este ano. Antes, a proposta era de reajuste de 9%, sendo 4,5% em 2025 e 4,5% em 2026.

De acordo com o Sindicato dos Docentes da UFRN, o Adurn, o entendimento da categoria é de que, apesar de apresentar algum avanço, a proposta do governo pode ser melhorada. O Sintest/RN também rejeitou a proposta de reajuste zero para 2024.

Segundo o presidente do Adurn-Sindicato, Oswaldo Negrão, o movimento grevista está cumprido um importante papel, no sentido de pressionar o governo federal nas negociações.

Os professores da UFRN ainda aprovaram em assembleia que o comando de greve docente faça uma nova solicitação à reitoria pela suspensão do calendário acadêmico da instituição. Nesta quinta-feira (25), a categoria deve se unir ao Diretório Central dos Estudantes (DCE), em mobilização pela suspensão do calendário acadêmico, quando os estudantes realizam, às 14h, na reitoria da UFRN, um ato pela suspensão do calendário universitário.

Parte dos encaminhamentos sugeridos durante a atividade foram encaminhadas ao comando de greve docente, tais como: a ampliação do comando; uma moção de apoio à luta dos argentinos em favor da educação pública, rumo a uma greve latino-americana; notas em resposta aos posicionamentos e orientações da administração da UFRN; apoio à luta dos bolsistas, pelo aumento das bolsas e pelo direito ao exercício da greve; e uma nota à comunidade acadêmica.

A próxima assembleia dos servidores técnico-administrativos será na terça-feira (30), na reitoria da UFRN, às 8h30, como divulgado pelo Sintest/RN.

Greve dos bolsistas da UFRN respaldada

Nesta terça-feira (23), como divulgado pelo Movimento dos Bolsistas da UFRN, a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (PROAE) publicou um ofício respaldando a greve dos bolsistas — que iniciou oficialmente no último dia 15 — e afirmando a “importância do diálogo com os discentes bolsistas das unidades, tendo sempre no horizonte que a bolsa de apoio técnico é, antes de tudo, uma forma de apoio à permanência na Universidade e de inclusão social, e que é fundamental uma grande sensibilidade neste momento”.

O ofício ainda chama atenção “para que não se legitimem discursos a respeito de supostos assédios e ameaças em relação a esses(as) estudantes”.

“Enquanto a gente tiver acumulando tarefas nos setores, tiver trabalhando sem supervisão, essa greve é legítima. E não só isso: temos que lutar por educação de mais qualidade, para que a UFRN não feche as portas”, declarou Ana Beatriz Sá, militante da União Estadual dos Estudantes (UEE).

Para justificar a paralisação, os estudantes bolsistas pedem a não redistribuição do trabalho do servidor para o bolsista, a revisão do regulamento das bolsas na UFRN e a recomposição do orçamento da educação, assim como o aumento no orçamento da assistência estudantil. Além disso, a greve dos bolsistas também tem como motivação o apoio à paralisação dos servidores técnico-administrativos e docentes da instituição.

Greve dos servidores federais

A mobilização dos professores e técnicos administrativos da UFRN faz parte de um movimento nacional de luta pela educação. O movimento paredista rejeita o reajuste salarial zero para 2024, pede a reestruturação da carreira dos Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) e docentes e ainda o “revogaço” das medidas prejudiciais à educação federal aprovadas nos governos Michel Temer e Jair Bolsonaro. Junto com os estudantes, os servidores reivindicam também a recomposição orçamentária das instituições de ensino superior.

Matéria atualizada com trechos do ofício da PROAE a respeito da greve dos bolsistas às 18h08 do dia 25/04/2024.

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