Mossoró antecipa vacinação de profissionais da educação à revelia do Ministério da Saúde com justificativa de baixa procura por vacinas
Natal, RN 15 de mai 2024

Mossoró antecipa vacinação de profissionais da educação à revelia do Ministério da Saúde com justificativa de baixa procura por vacinas

31 de maio de 2021
Mossoró antecipa vacinação de profissionais da educação à revelia do Ministério da Saúde com justificativa de baixa procura por vacinas

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A decisão de inserir os profissionais da educação nos grupos prioritários da vacinação contra covid-19 só foi definida pelo Ministério da Saúde na última quinta (27), quando também ficou acertado que os municípios devem aguardar a chegada da próxima remessa de vacinas para dar início à imunização desse grupo específico.

No entanto, em Mossoró, a Secretaria de Saúde do município decidiu se antecipar e iniciar, por conta própria, a vacinação de trabalhadores de creches e pré-escolas.

Mossoró teve em 2020 a 1ª professora em estado grave por covid-19 e o 1º óbito foi de um professor. É significativo que essas pessoas tenham sua imunização efetivada. Primeiro serão os profissionais que trabalham nas creches e pré-escolas e, conforme as vacinas forem chegando, vamos aumentando esse nível até que consigamos vacinar todos os trabalhadores em educação”, explicou Morgana Dantas, Secretária de Saúde de Mossoró.

De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura de Mossoró, não há risco de falta de vacina para a aplicação de uma segunda dose ou para os grupos prioritários em fase de imunização porque a procura nos pontos de vacinação tem sido baixa e há uma expectativa da chegada de novas doses ainda para esta semana. A estratégia da Prefeitura da cidade seria de evitar que as vacinas fiquem paradas, diante da pouca procura. Durante este último final de semana, 1.274 pessoas foram vacinadas contra covid-19 nos postos de Mossoró, um número que a Prefeitura do município avalia como baixo.

Morgana Dantas, Secretária de Saúde de Mossoró

Iniciativa contraria orientações do Ministério da Saúde

Apesar das boas intenções, a iniciativa contraria a recomendação do Ministério da Saúde e do Plano Nacional de Imunização (PNI). Na manhã desta segunda (31), a Governadora Fátima Bezerra (PT) anunciou ter participado de uma reunião da Comissão Intergestores Bipartite no Rio Grande do Norte (CIB), para dar início à vacinação dos trabalhadores em educação em todos os 167 municípios do estado.

“Estamos aguardando a chegada da primeira remessa dessas vacinas, das quais uma parte será reservada para os trabalhadores em educação. Eu estou muito feliz, lutei muito por isso. O RN e o Brasil são testemunhas que liderei essa luta desde o início e, finalmente, conseguimos essa conquista quando, na última sexta (28), a Comissão Tripartite incluiu esse grupo no PNI. As vacinas são para todos, do porteiro ao professor, das redes pública e privada. Vamos começar com os trabalhadores do ensino básico, creches e pré-escola e depois passamos para o ensino fundamental, médio, profissionalizante e EJA (Educação de Jovens e Adultos), além dos trabalhadores do ensino superior”, adiantou a governadora Fátima Bezerra que anunciou, ainda, que aguarda a publicação da norma técnica da CIB e a chegada de doses ainda para esta semana.

Governadora do RN, Fátima Bezerra I Foto: Elisa Elsie

Atraso 2ª dose Coronavac

Por causa da antecipação da vacinação dos grupos prioritários, várias cidades do Rio Grande do Norte, como Natal, Parnamirim e Mossoró, tiveram problemas com atraso na aplicação da segunda dose do imunizante Coronavac, porque todas as doses foram utilizadas sem a reserva para a segunda dose. Mais de 80 mil potiguares passaram pelo problema. O prazo para a aplicação da segunda dose da Coronavac é de 21 a 28 dias, mas, diante dos atrasos, o Ministério da Saúde recomendou que a segunda dose fosse aplicada mesmo depois do prazo estabelecido pelo fabricante.

O problema se repetiu em todo o país e mais da metade das capitais do Brasil tiveram atraso na aplicação da segunda dose do imunizante fabricado pelo Instituto Butantan por falta de reserva.

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