Vacina contra dengue não foi testada em idosos
Natal, RN 10 de mai 2024

Vacina contra dengue não foi testada em idosos

7 de fevereiro de 2024
3min
Vacina contra dengue não foi testada em idosos
Foto: Reprodução da Vacina / Agencia Brasil

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Embora a população idosa no Brasil tenha concentrado as maiores taxas de hospitalização por dengue, essa faixa etária não está contemplada na prioridade para a vacinação da dengue pelo SUS. Mas não se trata de descaso. É que, de acordo com o Ministério da Saúde, a própria bula da Qdenga estipula que o imunizante é indicado somente para pessoas com idade entre 4 e 60 anos e que não foram feitos testes de eficácia para pessoas com mais idade.

Em entrevista à Agência Brasil, o geriatra e membro do Comitê de Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Paulo Villas Boas, o laboratório fabricante da vacina não realizou testes de eficácia nessa faixa etária.

"No presente momento, os idosos não são elegíveis. Se a dose for utilizada na população com mais de 60 anos, mesmo que seja recomendada por um médico, é considerado o que a gente chama de prescrição off label, ou seja, que não consta na liberação oficial. Alguns medicamentos são prescritos assim porque há estudos que mostram benefício", afirmou ele.

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Segundo a Agência Brasil tem ocorrido intensa procura pela vacina nos laboratórios particulares. Mas, o próprio laboratório não está conseguindo suprir a demanda do SUS e dos particulares.

"Há uma previsão, até o final do ano, de um aporte de cerca de 6 milhões de doses. Então o laboratório provavelmente não vai conseguir suprir a demanda para clínicas privadas".

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Segundo o especialista, a melhor forma de combater a dengue é impedir a reprodução do mosquito.

Villas Boas lembrou que os idosos são considerados grupo de risco para agravos decorrentes da infecção pela dengue. O maior número de óbitos, segundo o geriatra, acontece exatamente nessa faixa etária. E reforçou que não há risco iminente para idosos que, com a prescrição médica em mãos, recebem a vacina contra a dengue, mas destacou aspectos considerados importantes quando o assunto é a imunização de pessoas com mais de 60 anos, como um estado de perda de imunidade normal da idade, chamado imunossenescência, e a tomada de medicações que podem aumentar a imunodeficiência, como o uso crônico de corticoides e outros tratamento específicos.

Portanto, conversar com o médico que vai prescrever a vacina é extremamente importante, aconselha o geriatra.

"A gente tem que lembrar que a Qdenga é uma vacina com vírus atenuado e não com vírus morto. Se o indivíduo estiver com a imunidade mais baixa, pode ter uma resposta ou reação vacinal maior, desenvolvendo efeitos colaterais inerentes à vacinação, como mal-estar geral e febre. Não vai desenvolver um quadro de dengue clássico. Mas pode ter uma série de efeitos colaterais, descritos na própria bula da vacina.”

Com informações da Agência Brasil

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