Camila Barbosa reafirma pré-candidatura a prefeita de Natal: “PSOL não possui donos”
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A pedagoga, militante feminista e ex-vereadora Camila Barbosa reafirmou nesta quinta-feira (27) sua pré-candidatura a prefeita de Natal pelo PSOL. A decisão foi tomada no início deste mês pelo diretório municipal, mas foi contestada pelo ex-deputado Sandro Pimentel, que deseja o apoio do partido à Natália Bonavides (PT).
De acordo com Camila, a escolha pelo seu nome foi uma decisão democrática, que resultou de debates internos e foi construída em unidade com a maioria do partido em Natal.
“Antes de oferecer meu nome, havia dois pré-candidatos inscritos e ambos retiraram suas inscrições e declararam apoio a mim. O PSOL é um partido que se organiza em tendências internas e todas elas prestaram apoio ao meu nome, além do nosso único vereador em Natal, o Professor Robério Paulino”, disse.
Para a pré-candidata, há espaço na sociedade para a construção de um programa de esquerda, que seja capaz de mobilizar as pessoas contra o bolsonarismo.
“Prova disso é que pontuamos na primeira pesquisa de intenção de voto depois de termos feito o anúncio da pré-candidatura. Isso confirma que há setores da sociedade que se reconhecem no projeto que estou defendendo. Desde que assumi essa tarefa tenho encontrado bastante apoio. No âmbito da federação com a Rede Sustentabilidade temos tido bons diálogos nesse sentido”, afirmou.
“PSOL não possui donos”
Ainda de acordo com a pedagoga, que foi diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE) e foi covereadora de Natal durante o mês de dezembro no mandato coletivo Juntas, a aprovação da sua pré-candidatura reflete o desejo da maioria da militância do partido.
“O PSOL é um partido democrático, não possui donos. As decisões são tomadas pela militância e as direções são eleitas em plenárias de base. O Diretório Municipal do PSOL de Natal, do qual Sandro é membro, aprovou minha pré-candidatura, expressando, portanto, a vontade da maioria da militância do nosso partido”, comentou.
Em entrevista à Agência Saiba Mais na última terça (25), Sandro Pimentel disse que a decisão partiu de uma instância municipal e que pode ser alterada. O ex-deputado afirmou que iria “lutar com todas as forças políticas” que possui para que a posição seja revertida e poderia apresentar recurso no diretório nacional.
“Estou tranquila e confiante porque sou militante do PSOL há 10 anos e nunca assisti a uma intervenção nacional sobre candidaturas próprias que, como a minha, estão alinhadas ao programa e ao estatuto partidário. Na entrevista à Saiba Mais, Sandro afirmou que as pré-candidaturas majoritárias em cidades com mais de 200 mil eleitores precisam ter a homologação do Diretório Nacional. Mas a verdade é que esse dispositivo só pode ser acionado para as cidades que descumprirem a resolução de tática eleitoral aprovada pela direção nacional do PSOL, que delimita o arco de alianças do partido nestas eleições a Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB), PSB, PDT, PCB e UP. O que, evidentemente, não se aplica ao nosso caso”, disse Camila Barbosa.
“Sandro pode lutar com todas as forças políticas dele para tentar reverter a decisão em Brasília ou São Paulo, ou seja, a milhares de quilômetros de distância daqui. Eu estou concentrada em reunir minhas forças políticas para fazer uma campanha militante, derrotar o bolsonarismo e defender uma Natal de direitos”, continuou.
Trajetória do PSOL em Natal
Na entrevista, Camila lembrou que o PSOL sempre lançou candidaturas próprias ao executivo municipal em Natal, tendo sido Sandro o primeiro candidato em 2008. Depois vieram Robério Paulino (2012 e 2016) e a Coletiva do SOL, candidatura coletiva formada por Nevinha Valentim, Danniel Morais, Liliana Lincka e Sol Victor em 2020.
“Essas candidaturas permitiram que nosso partido crescesse, elegendo vereadores desde 2012 na capital. Estamos absolutamente convencidos de que nestas eleições a esquerda precisa construir unidade para derrotar a extrema-direita. Nossa pré-candidatura está à serviço disso, o que a torna necessária e não um ‘erro’”, disse Camila.
De acordo com Barbosa, o PSOL defende a unidade de esquerda nestas eleições e estava empenhado nessa tarefa, mas a ação foi inviabilizada com a aliança formada por Natália Bonavides (PT) ao lado do MDB e do PRD.
“Nós queremos desde o primeiro turno defender um programa de esquerda, com o Passe Livre, empresa pública de transporte, auditoria da dívida ativa do município, orçamento participativo. Precisamos derrotar nas urnas a vanguarda do atraso, ilustrada em Carlos Eduardo Alves e Paulinho Freire. É necessário revogar todas as medidas de ataque aos funcionalismo público municipal, como o PLC do Magistério e o rebaixamento do piso da enfermagem, aprovadas por Álvaro Dias”, reivindicou Camila Barbosa.
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