Lojistas da Cidade Alta relatam mais ruas fechadas e obras inacabadas
A situação do comércio de rua na Cidade Alta, no centro de Natal, que já não estava boa por causa da redução do fluxo de clientes e frequentadores na região, tem se agravado com o aumento de ruas interditadas para a realização de obras que parecem não tem fim.
O presidente da Associação Viva o Centro, que reúne empresários da região, afirma que há um “caos generalizado” na Cidade Alta.
“A situação desesperadora! A Caern fechou a Rua Ulisses Caldas e não finalizou o serviço. Passamos mais de uma semana sem água e agora nossos clientes não conseguem chegar em nossas lojas”, reclama Rodrigo Vasconcelos.
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Segundo a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), o conserto do vazamento está programado para ser realizado nesta quarta (20) e a liberação da via deve ocorrer no sábado (23).
“O conserto do vazamento está programado para ser realizado nesta quarta-feira (20), quando a área já seria isolada, evitando a sobreposição de isolamentos e minimizando os transtornos para a população. A previsão é de que a obra de substituição de rede de água seja concluída neste sábado, dia 23. Vale ressaltar que o vazamento não inviabiliza em nada no andamento da obra e que, durante todo o serviço, nenhum imóvel ficou desabastecido”, traz a nota divulgada pela assessoria de imprensa da Companhia.
Além da Ulisses Caldas, também há interdições na Rua João Pessoa, onde foi iniciada uma obra de revitalização em março de 2023, mas não há previsão de conclusão, e no Largo da antiga Avenida Junqueira Aires, atual Câmara Cascudo.
“Além disso, temos as obras inacabadas da Rua João pessoa, onde sofremos muito no ano passado com o início das obras e agora não finalizaram. Há ruas afundando, calçadas desniveladas e trechos interditados. Precisamos que a prefeitura e IPHAN [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional] cheguem a um consenso para finalizar a obra, pois os lojistas e nossos clientes estão sendo prejudicados!”, reclama Rodrigo Vasconcelos, que tem uma floricultura e preside a Associação Viva o Centro.
Sobrevivendo aos aluguéis
Comerciantes que possuem ponto nos principais trechos da Cidade Alta, como a Avenida Rio Branco, Rua João Pessoa e Beco da Lama, reclamam há anos do alto valor cobrado dos aluguéis, incompatíveis com a queda do movimento da região, que já foi um dos mais importantes centros comerciais de Natal, ao lado dos bairros do Alecrim e Ribeira.
Desde que a loja C&A do centro fechou as portas, março de 2022, depois de trinta anos no local, outras lojas também cerraram as portas. Foi o caso da Marisa (em maio de 2023), de duas unidades das Lojas Americanas (no mês de setembro de 2023), da Magazine Luíza e da sapataria Di Santinni (em janeiro de 2024).
No Beco da Lama, reduto da boemia natalense, também localizado na Cidade Alta, pelo menos sete estabelecimentos fecharam as portas nos últimos tempos. No local, os comerciantes também reclamam do alto valor dos aluguéis, do pouco investimentos do poder público na região, da insegurança e das muitas exigências para realização de eventos no local.
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