Redinha: prefeitura promete Mercado para março; trabalhadores duvidam
As obras do Complexo Turístico da Redinha (o Novo Mercado da Redinha), que está atrasada desde setembro de 2023, está prevista para ser entregue em março deste ano, de acordo com a Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura de Natal (Seinfra). A notícia seria prazerosa para os trabalhadores, ambulantes e banhistas que frequentam e precisam da praia para sobreviver, entretanto, trabalhadores da Redinha, na Zona Norte de Natal, temem que a obra não seja entregue a tempo.
Com o Complexo do Mercado da Redinha em obras, o que paralisou o comércio na praia, diversas classes e categorias de trabalhadores e ambulantes precisaram interromper suas atividades e brigam por justiça desde setembro do ano passado, quando iniciaram uma série de protestos e reivindicações pedindo por trabalho e dignidade. A Agência Saiba Mais acompanha a luta destes trabalhadores que, quase 4 meses após os primeiros protestos, no feriado de 7 de setembro de 2023, continuam desamparados.
Dessa vez, os comerciantes estão preocupados se as obras serão entregues a tempo e se finalmente a situação na redinha vai melhorar.
“O Mercado tem só metade construído. Ainda falta muita coisa. Quando postaram que o Complexo da Redinha estaria pronto isso inclui muita coisa, né? O Anel Viário, a rotatória perto da Ponte, o quebra-mar, o calçadão, a obra do Redinha Clube. Não tem condições de em março isso aqui tá pronto”, aponta um trabalhador que preferiu não se identificar com medo de sofrer retaliações.
A preocupação da classe é que a obra se estenda por mais tempo e atrase ainda mais. Isso geraria um impacto negativo no serviço e na vida dessas pessoas que dependem do movimento da praia para sobreviverem, uma vez que, a volta desses trabalhadores à orla depende da conclusão da obra.
Os serviços realizados no espaço incluem a construção do complexo central e de um espigão, um setor dedicado ao artesanato, serviços de iluminação, construções de calçadas no entorno, pavimentações asfálticas e enrocamento da praia. O Complexo terá em seu escopo dois andares com 33 boxes, praça de alimentação, seis restaurantes, varanda panorâmica, píer, mirante e deck para embarcações. No final do ano passado, a Seinfra divulgou a conclusão de 50% das obras gerais do Complexo Turístico da Redinha.
Entenda a situação dos trabalhadores da redinha
Desde setembro do ano passado, garçons, cozinheiros, pescadores, ambulantes e funcionários de outros setores protestam pelo direito de trabalhar. Em pouco mais de uma semana, a classe paralisou três vezes a Ponte Newton Navarro, incluindo um protesto no Feriado da Independência do Brasil, data comemorativa que os trabalhadores mais lucram no ano. Na época, o secretário de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal, Thiago Mesquita, deu declarações que geraram revoltas, alegando que as manifestações na Redinha eram “político-partidárias". Isso se deu por conta do apoio do vereador Daniel Valença (PT) e da deputada federal e pré-candidata à prefeitura de Natal, Natália Bonavides (PT), prestado aos trabalhadores.
Em dezembro de 2023, a reportagem da Agência Saiba Mais voltou a conversar com os comerciantes da Redinha que confidenciaram, de forma anônima, situações desumanas que a classe enfrentava mesmo três meses após os protestos. Como os casos de insolação, provocados pelas fortes ondas de calor no Brasil e mundo, uma vez que não é permitido que eles coloquem guarda-sóis na faixa de areia, mesas e cadeiras para trabalhar. A fiscalização dessas atividades é de responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) que indenizou 20 quiosqueiros da praia. Eles receberam entre R$25 mil e R$50 mil, dependendo da atividade exercida e da volta ou não da ocupação da orla. As outras categorias ficaram de fora dos acordos.
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Essa reportagem faz parte do projeto "Saiba Mais de perto", idealizado pela Agência SAIBA MAIS, e financiado com recursos do programa Acelerando Negócios Digitais, do ICFJ/Meta e apoio da Ajor.
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