A terra do camarão e das energias renováveis também é a terra do caju. O Rio Grande do Norte é o terceiro estado com maior área colhida no país. No Brasil, a região Nordeste responde por mais de 99% da produção nacional. Depois do Ceará e do Piauí, é o RN que produz mais castanha do caju e derivados do pseudofruto, com as polpas, cajuínas e o doce de caju. Já quando se trata de cajueiros gigantes, o estado fica na primeira posição. Além do famoso e badalado Cajueiro de Pirangi, há o estudo e estruturação de uma segunda planta, o Cajueiro Gigante de Areias Alvas.
Não há comprovação oficial, mas é na comunidade de Areias Alvas, no município de Grossos, a 330 quilômetros de Natal, onde fica a árvore que vem sendo chamada de segundo maior cajueiro do mundo. Seus aspectos e outros dados estão num relatório do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), elaborado em agosto de 2022.
Segundo a Prefeitura de Grossos, apesar da pouca estrutura turística, o espaço, que fica a cerca de cinco quilômetros da área urbana da cidade, é aberto à visitação. Já existe um processo licitatório para construção de uma “estrutura confortável, para receber o turista”, como afirma a secretária de Turismo do município, Geniffa Alves.
O cajueiro gigante de Areias Alvas é uma árvore centenária, com crescimento livre e possibilidade de expansão. Seu tamanho exato não foi precisado ainda. Atualmente o cajueiro ocupa uma área em torno de dois hectares de um terreno cuja área total é próxima a 11 hectares.
Recuperação
No entanto, antes de se montar a estrutura é necessário recuperar o cajueiro, que passa por ameaças. De acordo com o relatório, a área possui uma alta infestação de Algaroba, o que dificulta a expansão da planta. Além disso, estágios de larvas de besouros, mariposas e borboletas, instalados no tronco, também podem causar danos irreversíveis, assim como o costume local de remoção da casca para formular fitoterápicos.
A recomendação de organizar a área e a irrigação do cajueiro gigante, remover pragas e as algarobas que impedem seu desenvolvimento foi atendida.
Segundo a secretária municipal de Agricultura de Grossos, Itala Alves, também foram retirados cupins, realizada suplementação nutricional, a recuperação da área do entorno e a proteção, principalmente de animais. O planejamento tem como objetivo dar ao cajueiro gigante condições para que cresça novamente.
A atração, embora pouco difundida, já recebe caravanas de ônibus de escolas para o turismo pedagógico. De acordo com a titular da pasta do turismo, a pretensão é que o cajueiro das Areias Alvas possa crescer em tamanho e na capacidade turística.
“O cajueiro tem grandes possibilidades de se tornar o maior, porque temos terreno para que ele possa expandir. A gente não descarta e abraça essa possibilidade, acreditamos muito no potencial do nosso município e o cajueiro vem a somar. Embora ele esteja esquecido, muitas vezes escondido, para nós, moradores, ele é um ponto muito importante para o avanço do turismo de Grossos”, afirma Geniffa Alves.
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Essa reportagem faz parte do projeto "Saiba Mais de perto", idealizado pela Agência SAIBA MAIS, e financiado com recursos do programa Acelerando Negócios Digitais, do ICFJ/Meta e apoio da Ajor.
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