Há 36 anos, Banda do Siri resiste e fortalece o carnaval da Redinha
A Banda do Siri é um dos tradicionais blocos do carnaval de Natal. A Banda existe há 36 anos, foi pioneira no carnaval da Redinha, na Zona Norte de Natal, e arrasta foliões até hoje em um dos polos menos valorizados da capital. E foi nesse contexto também que o bloco nasceu entre os amigos Fábio Lima, Ribeiro Dantas, João Alfredo e Hélio Rocha lá em 1988.
“A Banda do Siri nasceu quando a gente saiu da Redinha e foi para a Banda do Cajueiro. Ao chegar lá, percebemos que vários veranistas da Redinha também se deslocavam até Pirangi porque não tinha nada assim na Redinha. A Redinha já tinha um carnaval muito pulsante, mas eram pequenos blocos que se organizavam e faziam a folia. Então, quando a gente retornou chamamos Hélio Rocha, que já tinha uma banda de carnaval, e decidimos que faríamos uma banda da Redinha”, lembrou Fábio Lima, um dos fundadores da Banda do Siri.
A Banda começou pequena, com cerca de 10 a 15 músicos, e em seu primeiro ano reuniu multidões nos 4 dias de carnaval. A partir daí, o bloco foi avançando, sendo um dos primeiros a implementar bonecos gigantes no carnaval de Natal e movimentar a festa na região há mais de três décadas. Os bonecos gigantes são tradicionais em carnavais de vários estados do Brasil. A Banda do Siri, em 2024, vai estrear um novo boneco homenageando Hélio Rocha, um dos fundadores do bloco, que faleceu em 2020.
Banda do Siri mantém vivo o carnaval popular de Natal
A agremiação pioneira incentivou a folia em Natal e serviu de apoio e força para outros blocos tradicionais da região, como o Baiacu na Vara, que encerra o carnaval potiguar na Quarta-Feira de Cinzas, também na Redinha. Além disso, outros blocos tradicionais da cidade também já visitaram o carnaval do Siri.
“Edmar Viana, antes de fundar o ‘Poetas, Bruxas, Carecas e Lobisomens’, de Ponta Negra, foi lá na Redinha passar o carnaval conosco”, conta Fábio.
“A Banda do Siri, durante esses 36 anos, cumpriu um papel fundamental de manter vivo o carnaval popular da Cidade de Natal. Sem cordas e cordões, sem exigências de abadás e camisetas, cada um veste sua fantasia do jeito que quiser e brinca do jeito que desejar. E a gente espera que na terça-feira de carnaval (13), a partir das 16h30m, na Praça do Cruzeiro, a gente esteja novamente contando com a população da Redinha e dos visitantes”, comenta o fundador.
“Contamos com a comunidade para fazer um carnaval com muita paz, alegria e muita folia. Ao som do autêntico carnaval, com marchinhas e frevos, reunindo famílias e formando gerações de foliões”, completa. “Natal passa por um processo diferente do que acontece no resto do país”, avalia Fábio Lima.
O carnavalesco explica o processo de esvaziamento da folia de rua na capital potiguar com a prefeitura da cidade como principal patrocinadora da festa, investindo quase que exclusivamente em carnavais de palco. Esse processo, se feito de maneira errada, esvazia polos importantes como o da Redinha.
“Nós temos exemplos de cidades como São Paulo e Belo Horizonte que não tinham carnaval e investiram no carnaval de rua e nos blocos e hoje são grandes carnavais. Aqui o movimento é contrário, existe um processo de esvaziamento muito forte. No caso da Redinha, já tivemos 32 agremiações na ruas. Era uma coisa linda, tinha blocos toda na hora na rua. Hoje nós estamos resumidos a 7 agremiações, que resistem de forma heróica para manter vivo nosso carnaval. Mas estamos lá resistindo bravamente e contando com o apoio dos nossos foliões que não nos abandonam e que faz a gente manter vivo nossa tradição”, finalizou.
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Essa reportagem faz parte do projeto "Saiba Mais de perto", idealizado pela Agência SAIBA MAIS, e financiado com recursos do programa Acelerando Negócios Digitais, do ICFJ/Meta e apoio da Ajor.
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